terça-feira, 5 de abril de 2011

A nova metáfora para o cristianismo

Este é um texto apócrifo, diferente de 1Corintios 12, quando Paulo usou a metáfora do corpo para representar a Igreja, as múltiplas funções de seus membros e sua interrelação. Quero propor uma metáfora para o Cristianismo brasileiro, a do vestuário. Assim como o corpo é formado por diversos membros, assim cada membro é vestido por diversas peças de roupa; desse modo, a Igreja é revestida por peças de vestuário, se da moda “não sei, Deus o sabe”.


De baixo para cima temos, na Igreja, os tênis que, quando estão limpos são como jeans – servem para toda ocasião, mas quando estão sujos, nem mesmo os meninos devem usá-los.

A Igreja é vestida de calças jeans, peça básica, cai bem com tudo. É resistente, serve para todos os dias. Vão bem com camiseta, camisa, paletó, jaqueta; tudo vai bem com o jeans.

As calças jeans, por sua vez, têm bolsos. Você é “crente-bolso”? Os bolsos gostam de estar cheios de alguma coisa, não! A vestimenta da igreja tem bolsos também. E também tem cuecas. Crentes-cueca. Paulo falou de partes do corpo que precisam ser vestidas com mais honra (1Co 12.23). Para isso temos os crentes-cueca.

As vestes são uma metáfora das denominações, das diversas orientações teológicas à disposição – as “alas” da Igreja, as alianças em prol da preservação disso e daquilo, as comunidades, os conselhos e convenções humanas. Isso tudo nada mais é do que peça de vestuário para cobrir o verdadeiro corpo, do qual Cristo é a cabeça. Quer ver o corpo? Desnude-o. Peças de vestuário ficam sujas de tempo em tempo e precisam ser trocadas – o Corpo sempre estará lá. As peças de roupas saem da moda e não as usamos mais no ano que vem. Como escreveu um autor já demonizado em nosso meio, são “uniformes e cosmético evangélico”. Mas o Corpo estará lá.

A minha metáfora ilustra a atual situação da Igreja brasileira e sua teologia (ou falta dela). Estamos defendendo muito as vestes mas o que está ligado à cabeça são os membros do Corpo, não suas vestes. Mesmo os grandes expoentes que alardeiam defender a pureza, a doutrina, a tradição ou qualquer outro aspecto relacionado ao corpo, está na verdade dizendo: “Gosto mais de camisa do que de camiseta”, ou “Prefiro tênis a sapato”. Não estão defendendo a Igreja – de forma alguma, mas aquilo que as reveste e dá a sua aparência.

Não acredito em 90% desses movimentos surgidos nos últimos anos ou meses (nem em muitas tradições mais centenárias) alegando serem guardiões da verdadeira Igreja (eleita ou não) e sua doutrina. E tenho evidências pessoais e experiências suficientes no trânsito entre esses grupos para fazer esta afirmação.

O que Paulo indicou como sendo o verdadeiro Corpo de Cristo são seus membros, não as roupas que os vestem. O que elas encobrem é o que vale a pena. Ao apresentar-nos ao Senhor naquele dia receberemos novas vestes, as velhas roupas ficarão aqui, serão descartadas como inúteis. O Corpo, no entanto, é o que será regenerado na Sua vinda para estar para sempre com o Senhor.



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Um comentário:

  1. Caro irmão, pr. Magno,
    Comecei a ler suas postagens , principalmente, a meditar sobre as mensagens transmitidas. A sua metáfora para o cristianismo de hoje é esplêndida! Parabéns! Muitas vezes temos nos preocupado mais com o traje do que com o corpo. Seu texto mostra como isso é um problema sério.
    Parabéns pela sua exposição no Congresso de Escatologia, no último sábado. Os três preletores: Magno, Walter Brunelli e Hermes apresentaram excelente nível intelectual e uma condição espiritual que enlevou nossos corações em glorificação a Deus. O Senhor os abençoe sobremaneira.
    Em tempo: se puder (e quiser) acesse meu blog: http://prof2tavares.blogspot.com
    Ficarei muito honrado.
    Ev. Izaldil Tavares de Castro

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