A Igreja de hoje convive com situações esquisitíssimas, dentro e fora de si. Umas são novas (neopentecostalismo e nominalismo evangélico), outras apenas mudaram de roupa, como o liberalismo teológico, a crescente perseguição do Estado e de grupos específicos da sociedade. São situações que os cristãos brasileiros só viram nos livros de história, aqueles que viram livros – evidentemente.
Solução? Sempre teve solução para o povo da fé em Deus. Tomemos Paulo e o judaísmo que ele descobriu obsoleto. O que fez quando identificou a insuficiência do judaísmo? Avançou. E deixou rastro. Após exaltar a sublimidade do conhecimento de Cristo em relação à antiga religião disse que considerava as coisas passadas como “esterco”. Quem trabalhou na roça, caso de alguns dos leitores do apóstolo, sabe que esterco não é lixo. Esterco é adubo, fertilizante que dá mais vigor à plantação.
Somente o conhecimento antigo poderia dar suporte e fundamento ao novo. Se Paulo não compreendesse o judaísmo como compreendia, nada de novo faria sentido. Pense em alguém com capacidade equivalente para escrever a carta aos Romanos? Não havia além dele. Mas ainda no texto da carta, Paulo revela que:
“Não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. (Fp 3.13,14)
Avanço não é recomeço. Não há Igreja a ser jogada fora, desprezada, escarnecida. À medida que amadurecemos precisamos apoiar e incentivar outros a mesma experiência, ajudá-los a avançar como nós. Um capítulo antes o mesmo Paulo disse:
“... pois todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo.” (Fp 2.21)
E antes ainda:
“Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.” (Fp 2.3)
A Igreja de hoje chegou aqui porque avançou muitas vezes em conjunto. E ela avançará, arrolando aqueles que a compõem. O organismo espiritual ao qual chamamos “Igreja” tem uma promessa de nunca ser desfeita ou vencida (Mt 16.18). A Igreja é isso aí, com ou sem problemas. Como despir-se dela ou abandoná-la na esperança de uma nova igreja?
A nova igreja de Cristo não existe; existe a nova igreja do anticristo. A nova espiritualidade não existe; existe uma compreensão adequada da espiritualidade que sempre esteve nas Escrituras. Também não existe “uma nova teologia para o século 21”. Existe a teologia bíblica ou uma sociologia arrogante de pensamento teológico; ou uma psicologia travestida de teologia ou uma antropologia disfarçada que procura humanizar o divino.
Nada novo para quem lê a Bíblia ou conhece o mínimo de história do Cristianismo.
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Permita-me humildemente concordar com o irmão. Creio que o texto narra com muita propriedade tudo que vivenciamos. Destaco o comentário do irmão sobre o fato de que não há novidade ou surpresa em nada do que ocorre hoje dentro e fora das igrejas.
ResponderExcluirFique na Paz do Senhor,
Washington
Nem acredito! Postei hoje no meu blog um texto que está envolvido neste assunto, exatamente com base na teologia de Paulo. Coisas do Espírito, meu irmão. Se tiver oportunidade leia-o. Um abração.
ResponderExcluirMANDOU BEM... EU QUERO SOMENTE DEUS!!!!!!!
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