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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Novo tempo para a Igreja brasileira

Há anos ouço dizer que o Brasil precisará de uma intensa perseguição religiosa que "mexa" com a Igreja. Esse "mexa" substitui expressões como avive, purifique, prepare-a para o arrebatamento, traga unidade, salve os incrédulos e traga os desviados etc. Fato é, se você tem observado, que esse tempo chegou, é agora!

À exceção da época quando a igreja protestante forçava espaço para instalar-se na terra brasilis, nunca houve um período de tamanha resistência à nossa mensagem. Mais que isso: naqueles tempos a resistência era exercida somente pela Igreja Católica, enfrentamento superado há décadas, ainda que alguns apologistas evangélicos não tenham percebido que nossos principais problemas há muito tempo deixaram de ser com o catolicismo.

Do lado de dentro do arraial evangélico há um panteão de pastores e pregadores desperdiçando tempo, dinheiro e esforços para disparar "fogo amigo", escrevendo e acusando irmãos por questiúnculas. São os "Datenas" da igreja e os "Nelson Rubens" do meio gospel, promotores de desgraças e fofoqueiros de plantão.

Enquanto isso, levamos uma surra dos homossexuais no quesito "unidade". Ativistas LGBT e até os defensores da descriminalização da maconha estão mais unidos e envolvidos na defesa do que “crêem” e do que querem do que nós.

Alguém dirá: Nós levamos dez vezes mais evangélicos à Brasília do que a marcha gay quando da manifestação contra a PL-122. O número foi maior, é verdade, mas em termos proporcionais a mobilização regional, nos Estados, nas cidades e nas próprias denominações não ocorreu da mesma forma. Houve até líderes criticando o grupo que encabeçou o movimento dizendo que “queriam aparecer na mídia”.

Este é apenas um exemplo de motivos pelo quais a Igreja precisa manifestar sua unidade de propósito, de sentido e de parecer, conforme as palavras de Paulo (1Co 1.10). O que é que somos? Somos calvinistas ou arminianos? Ouvimos Voz da Verdade ou Raiz Coral? Batizamos como? Por aspersão ou imersão? E o batismo “do-com-em-por” Espírito Santo? Após cento e cinquenta anos no Brasil ainda há editoras publicando livros para atacar as posições discordantes de outras denominações, como se não dispuséssemos de fartíssima literatura sobre o assunto. BASTA!

Precisamos nos ocupar daquilo que valha a pena e nos envolver com assuntos e problemas que Jesus indicou como sendo “os nossos verdadeiros inimigos”. Confesso estar assustado com a letargia de muitos desses pastores, líderes e acadêmicos que se dizem tão "engajados" mas que não percebem a real dimensão da questão.

Acordem pastores! Acordem professores! Acordem pregadores! Acordem escritores! Acordem cristãos conscientes!

É hora de abandonar o peso excessivo e desnecessário das nossas disputas particulares e promover a causa do Reino de Deus, fazendo-o notado em nossa sociedade, em nossa cultura, no entorno de nossas comunidades, nas políticas públicas e principalmente frente aos crescentes ataques orquestrados feitos por grupos que já estão calando a voz da Igreja. O meu alerta é sério. Estamos distraídos.

A riqueza da Igreja evangélica a tem cegado, como escreveu João aos cristãos de Laodiceia. E não falo pensando nos neopentecostais somente, pois também a riqueza teológica dos tradicionais e a riqueza espiritual dos pentecostais têm impedido de ouvirmos a voz de Jesus batendo à porta e pedindo entrada. Levantamos muros onde Paulo orientou derrubá-los. Tornamos-nos inflexíveis em questões que Jesus disse para sermos tolerantes. Agora precisamos tomar cuidado para não sermos chamados bodes quando esperamos ser chamados ovelhas.

Não proponho um ecumenismo evangélico, é utopia demais para o momento. Mas desejo mais unidade na Igreja cristã no Brasil. Sugiro o abandono dos rótulos, ao menos a começar pelas "camadas mais baixas da Igreja", pois no alto dela o poder econômico levará mais tempo para ser colocado no seu devido lugar de servo, não de senhor.

Promova esta causa, incentive o debate e o envolvimento, dê sugestões e discuta no seu grupo e na sua classe os meios de mudarmos o quadro atual. Ore por isso e motive aqueles mais próximos a você a que façam o mesmo. Seja sal e salgue! Seja luz e ilumine! Do contrário, vá para o fim da fila e ouça novamente a mensagem da salvação. Talvez ainda haja esperança.

Mobilize seus amigos nas redes sociais. Divulgue esse texto, duplique-o, espalhe essa ideia, não amanhã: agora.

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Transforme suas férias em retiro espiritual

Este artigo foi publicado em dezembro do ano passado, mas estou retomando-o com alguns ajustes finos. A sua proposta é simples: lembrá-lo de aproveitar a mudança que as férias promovem na rotina diária e dar a devida atenção à sua vida espiritual. Sabemos que muitos de nós passamos o ano todo procurando tempo e espaço na agenda para dedicarmo-nos à oração e leitura da Bíblia (e alguns livros). Todos queremos ter mais tempo para a comunhão com o Senhor. Essa é a hora!

As férias, mesmo que por uma semana ou duas, são a melhor oportunidade anual para reprogramar nossas prioridades, rotinas, hábitos, mudar costumes, colocar as coisas em dia, enfim, um verdadeiro presente. E isto não funciona somente com as coisas que fazemos na área profissional, familiar ou pessoal. O âmbito espiritual não pode ser negligenciado nesta ocasião.

Como teremos [muito!] mais tempo de folga, podemos fixar um tempo para rever nossa vida devocional. Isto inclui oração, leitura e reflexão sobre porções da Bíblia (ou mesmo iniciar a leitura de toda a Bíblia) coisas que sempre queremos fazer, mas... nunca dá!

Quando falo em “fixar um tempo para nossa vida devocional”, isso não significa um tempo fixado rigidamente ― tem que ser nessa hora, embora seja necessário que este tempo seja diário. É possível fazer concessão de um período, cedo, à tarde ― evite a noite, pois você pode estar cansado e aí já sabe o que acontecerá (pessoalmente gosto de fixar esse tempo num horário determinado para não cair numa armadilha). Quando fazemos “muitas concessões” com o horário, assim que retornamos de férias as concessões são transformadas em “dispensas”, do tipo “ah, amanhã eu faço”. E aí você também já sabe o que acontece.

Outra dica importante é a da “sede”. Não vá com muita sede ao pote, pois você pode ficar enojado. Não queira orar uma hora todos os dias no início. Também não queira sair lendo um livro todo da Bíblia em uma só sentada, nem uma porção enorme de capítulos. Siga o seu ritmo e só aumente quando a sua alma pedir isso.

A proposta de um retiro espiritual é ser afastado da rotina diária dos trabalhos, estudos e dia-a-dia. Num retiro temos contato com coisas importantes que são negligenciadas por muitos de nós e aí ficamos encantados, queremos adotá-las em nossas vidas e os retiros funcionam como “disparador” para essas propostas que ficam ocultas em nossa mente e coração.

A proposta de transformar as férias em um retiro é essa: iniciar, disparar o nosso desejo e hábito por coisas que queremos fazer, mas que nunca nos programamos para fazê-las. Assim, com a prática e exercício diários de leitura da Bíblia ― e por que não livros também? ― e oração, quando retornarmos das férias já teremos incorporamos a vida devocional à nossa própria vida. Aí será uma simples questão de reajuste, de continuar fazendo aquilo que iniciamos, de encontrar um horário mais adequado. Mas o importante é iniciar.

Não perca esta oportunidade preciosa. Afinal de contas, Deus mesmo criou um dia da semana para o homem dedicar ao descanso e a devoção espiritual a Ele. As férias são como uma renovação desse período, quando podemos readequar nossas vidas, refletindo sobre o que realmente faz sentido e tem valor. Faça isto!

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

'Sou bom sem Deus’

“Ateus dos EUA decidiram fazer uma mega campanha de doação para provar que são ‘bons sem Deus’. A comunidade na rede social ‘reddit.com’ levantou US$180 mil para dizer que ‘ateus se importam com o próximo’, cuja doação foi para a ONG Médicos Sem Fronteiras. Muitas doações foram acompanhadas de mensagens como “Porque Deus não vai ajudar” e “Sou bom sem Deus”. A ideia faz parte de mais uma das iniciativas de ateus americanos para expressar suas teses de que, para fazer o bem não é preciso ser motivada pela religião”. (Fonte: Portal CREIO)
É para rir. Rir de rolar no chão. A ideia de provar ou não a existência de Deus é muito absurda. Nem mesmo a Bíblia toda traz um único versículo tentando tal proeza. Admite-se Deus pela fé e essa fé é que “prova” para quem a tem a existência do Ser maior. Esse é um ponto da questão. Há outros.


O fato de alguém “resolver” viver sem Deus não anula a existência de Deus. O presidente do Irã também “resolveu” não crer no holocausto. Outras pessoas também “resolveram” não crer que Hitler promoveu o extermínio de milhões de judeus. No entanto há museus do Holocausto com provas materiais, documentos e até bem pouco tempo testemunhas vivas dos campos de concentração. Eu mesmo visitei no último mês de novembro do Museu do Holocausto em Jerusalém. Está lá para quem “resolver” crer.

Terceiro ponto. A perspectiva bíblica indica que o próprio Deus usa homens e mulheres para fazer o bem. A Bíblia ensina, por exemplo, que o rico existe para prover recursos ao pobre. Parece ser o caso dos ateus, cuja existência eu mesmo desacredito. Não creio em ateus porque eles não existem. Dessa forma, a campanha dessa turma é um tiro que sai pela culatra. Como desconhecem os pressupostos bíblicos, eles demonstram que Deus habita o homem, sua criação. E mais: Deus dirige tais homens a ações que são da Sua boa vontade. Fantástico! A Bíblia é um espetáculo para quem tem olhos e coração abertos. Ao tentar provar a inexistência de Deus, confirmam ipsis literis o que a Palavra de Deus ensina.


Mais: Paulo escreveu aos romanos que quando os homens “que não conhecem o evangelho” fazem as coisas próprias do evangelho, demonstram que a Lei de Deus está escrita em seus corações, e isto se torna juízo para eles caso andem contrários a essa lei interior. Vou parar por aqui.

Uma questão ética não é nem nunca será fundamento da religião, embora homens de fé devam ser éticos. Fazer ou não o bem é uma questão ética, pois lida com o ser humano, lida com o semelhante. Isso não está no âmbito da religião nem da fé, e sim da ética. Ao promoverem essa campanha, os “ateus” nem sequer resvalam no campo religioso. Até os governos fazem boas ações éticas, mesmo sendo o Estado uma entidade laica. Grupos humanitários fazem boas ações éticas sem necessariamente terem vínculos religiosos.

“Ateus” dos EUA, Deus agradece a obediência de vocês em tornar a vida do próximo mais fácil. De fato “Deus não vai ajudar”, porque ao criar o homem, religioso ou não, já deu uma mãozinha escrevendo um código ético em seu coração.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Adoração: um ato criativo ou idólatra?

Domingo, durante o momento dos cânticos na Igreja, imaginei o quanto a adoração aproxima-nos de ao menos um atributo de Deus: sua criatividade. Que espantosa atividade é a adoração prestada por nós a um Deus que não pode ser visto!

Pessoas de fé reúnem-se uma ou algumas vezes por semana e começam a cantar um tipo de música que agrada a maioria. Não sabemos se nossas músicas agradam a ele; apenas imaginamos que sim. As letras, em muitos casos, fazem alusão aos atos – todos eles – de um ser invisível, inodoro e incolor. Ele diz que criou tudo o que existe, mas é invisível. Ele é chamado Rosa de Saron, mas não sentimos o seu cheiro. Ele é a resplandecente estrela da manhã, mas não vemos a sua cor.

Não o vemos, não sentimos o seu cheiro e não percebemos suas nuanças. Mas sabemos que ele está lá, entronizado entre os nossos louvores, separando o som dos instrumentos e das vozes – a música – da verdadeira adoração, do coração. A adoração é o que ele recebe e é também o que ele procura.

Adorar a um ser sobre o qual cremos é participar, é penetrar em sua própria natureza. Para isso, precisamos criar uma imagem mental que traduza ao nosso entendimento as dimensões e as potencialidades desse ser. Imaginamos criativamente o seu trono, o seu céu, a sua mão, os seus olhos, ainda que tudo isso seja uma figura, fruto da nossa imaginação. Sabemos que Deus não tem membros como os homens, mas projetamos nossa imagem física para criarmos a sua imagem espiritual e divina. Chamam a isso antropomorfismo. Mas Deus é luz, é amor, é justiça. A Bíblia diz isso. Será que é? Talvez não seja nada disso também, já que esses conceitos foram criados por nós. Deus deve ser mais que nossos meros conceitos e imagens.

A percepção de sua presença entre nós ou em nós exige um esforço criativo cujo ambiente é propiciado somente pela fé. E a exemplo, imagem e semelhança da criatividade dele, a pluralidade da nossa criatividade se mostra tão vasta que cada adorador, a partir das descrições que encontramos nas Escrituras, cria segundo a sua medida de fé o “seu” Deus, que é, na verdade, o mesmo Deus. É isso idolatria? É transgressão do mandamento que proíbe imagens? A adoração leva-nos ao pecado? Não creio nisso.

Se eu crio uma imagem de Deus em minha adoração e outro cria, mentalmente, a sua imagem de Deus na mesma adoração, apalpamos, tateamos em busca do mesmo Todo-poderoso que dá a cada um a sua fonte onde mergulhar em busca de refrigério e purificação. Para evitar a idolatria é que extraímos os nossos conceitos da mesma base: a Palavra de Deus. Ela provê parâmetros dentro dos quais a imagem criada é estabelecida e ganha vida para nós. Esse limite demarca o jardim onde devemos encontrar o Senhor a cada dia. Por isso a adoração é tão necessária.

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A ditadura gay (ou a farsa) no SBT

No último dia 10, participei no SBT, da gravação do que foi-me dito "um debate sobre o tema: Homossexualismo, certo ou errado?". Já participei de dezenas de debates em rádios e mesmo na TV, quando os debatedores discutem temas tendo as mesmas oportunidades de falar e ouvir de forma equilibrada. Civilidade, para dizer o mínimo.

Quando a gravação do programa começou eu defenderia minha posição frente a um travesti e a uma lésbica. A situação que já era desigual (dois contra um) ganhou, ainda, a tal da Thammy Gretchen, conhecida lésbica, como "mediadora"; mais três jurados, um dos quais militante gay, e outros dois influenciáveis que não tinham qualquer compromisso com uma postura mais coerente ou mesmo conservadora e, por fim, o diretor do programa, cabeleireiros e maquiadores também homossexuais, estes últimos dizendo que queriam “entrar em cena e quebrar minha cara”. Esse foi o cenário armado para "debater" o tema.

Não tenho como nem quero fazer uma análise de todo o programa, apenas vou pontuar alguns posicionamentos para os quais precisei recorrer à alteração do tom de voz se quisesse concluir minhas respostas. Mesmo assim, o militante gay que polarizou o "debate" em vez de deixar os debatedores falarem por si mesmos, distorceu minhas falas, tirando de minhas afirmações as conclusões que eu mesmo não fiz. Isso ficará evidente quando o programa for ao ar.

1. A produção do programa manipula claramente a verdade. Foi convidado a estar do meu lado um "ex-gay". Mentira. Ao final do programa, o rapaz confessou-me “ter sido pago para estar ali mentindo”, pois a produção não conseguiu encontrar alguém recuperado de fato e que não fosse membro de alguma igreja, “para não ficar desigual”. Ora, vejam que honrada preocupação com o “equilíbrio do debate”.

2. Os debatedores, ambos despreparados, foram amparados pelo jurado militante, este sim engajado na causa gay. Os debatedores não tinham argumentos, não responderam às questões que levantei. A lésbica mentiu quando disse não ter tomado hormônio, contradizendo-se ao afirmar ter tomado anabolizante. Anabolizantes são hormônios! O travesti não pode defender-se quando afirmei sobre a vida miserável que levam os homossexuais que fazem programa para sobreviverem, flagrante confissão que de fato a condição em que vivem é uma situação deplorável, e que a Igreja pode ajudar a reverter. Também não puderam responder como, "por meios naturais", o travesti poderia constituir família, como disse “pensar em fazer um dia”. A adoção é uma situação que não se enquadra na questão que eu levantei, já que o ponto em questão era a constituição de família por meios naturais, não em situações de exceção.

3. O jurado militante distorceu minha fala em vários momentos, lamentavelmente quando:

a) disse que eu apelei ao falar somente sobre religião. Convidaram um pastor, mas não querem discutir o tema em bases religiosas! Há algo muito errado nisso. Durante todo o tempo procurei amparo no argumento da psicologia e, vez ou outra, na biologia (portanto, não fiei-me na discussão religiosa do tema), e

b) disse que “minha fala acrescenta mais culpa a quem está em casa”. Uma vez que a discussão girou em torno de argumentos da perspectiva da psicologia; uma vez que os homossexuais afirmam que a condição deles é natural e não comportamental e aprendida, não há como justificar qualquer culpa! A culpa, neste contexto, é elemento da religião que foi desconsiderada no “debate”. A acusação não procede.

Além do mais, por sugestão do mesmo jurado, o debate não se pautou pela religião. Assim, não pude esclarecer mais demoradamente que o papel da Igreja tem sido o de ajudar a qualquer pessoa, de qualquer grupo (de risco ou não) com algum transtorno ou desvio de comportamento, a realinhar sua vida, seus ideais, seus valores e seu comportamento.

Há dois mil anos a Igreja tem sido a principal aliada na recuperação de vidas e de famílias; sou exemplo vivo disso. Mas os resultados mais efetivos dessa recuperação acontecem na vida daqueles que se reconhecem necessitados de ajuda. Jesus disse que "os sãos não necessitam de médicos, mas os doentes".

A "mediadora" Thammy tem nisso a resposta de quando disse não ter obtido qualquer resultado quando se dispôs a ser ajudada pela Igreja. A igreja nunca foi um laboratório onde pessoas vão fazer suas experiências. Os resultados do relacionamento entre o cristão e Jesus se dão na base da fé e obediência, não do desafio e do confronto. E ainda, seu argumento de que "o pastor não a quis batizar" não encontra eco. Não há qualquer grupo sério que admita em seu meio aqueles que querem fazer sua afiliação ao seu próprio modo, ditando novas normas. Qualquer grupo, sociedade, clube ou religião tem as suas próprias regras, às quais aquele que faz o ingresso deve submeter-se. A Igreja primeiro orienta ao arrependimento seguido do batismo e sem arrependimento o batismo não tem qualquer função prática ou efetiva.

O programa deverá ir ao ar no dia 6 de janeiro de 2012, por volta das 20h15, salvo mudança na grade de programação. E desejo que de fato vá ao ar para que você que lê esse texto antecipadamente possa assisti-lo e verificar aquilo que chamamos "marmelada". Evidentemente há muitos outros pontos que passaram longe desse texto e outros que não irão ao ar.

Pessoalmente me sinto em paz e ainda mais após este texto. Embora o resultado tenha sido negativo pela opinião da platéia presente (houve votação sobre quem convenceu melhor), não avalio negativamente o que disse ou deixei de dizer. Senti paz com o meu Senhor, de quem também senti o amparo em todo o tempo e a quem oro a fim de não permitir que a mentira surta qualquer efeito negativo aos ouvidos e olhos de quem assistir ao programa.

Jesus libertou-me de mais de seis anos de dependência química, restaurou minha família e nossa dignidade. Eu não acordei um dia e disse: "Acho que vou ser usuário de drogas". As circunstâncias me levaram a decidir pelas drogas; foi opção minha. Aquele que pode libertar a todos quantos se aproximam Dele pode, do mesmo modo como libertou-me da dependência química, curar ainda hoje quem Dele necessita, inclusive do preconceito e a fobia contra a religião e em especial contra os evangélicos.

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Assim como o Oriente está distante do Ocidente...

Uma amiga comentou a afirmação que ouviu durante a pregação, o que chamou a minha atenção. O pregador teria dito algo assim: “A visão define a ação, que determina o hábito, que molda o caráter e que nos leva ao destino. Isso equivale a habilidade de ver o futuro.” Há um pregador norteamericano que se notabilizou entre os cristãos, George Barna. Ele tem, publicado no Brasil, alguns bons livros sobre o poder da visão.

Mas qual o problema com a afirmação mencionada pela amiga? Nenhuma. Ela é verdadeira ou, no mínimo, faz sentido. Então por que importar-se com ela? Porque a afirmação foi feita num culto, numa reunião da Igreja, teoricamente amparada por textos e citações da Bíblia. E há problema com isso? Sim, e explico.

Considere que mensagens como essas e muitas outras semelhantes, estão à disposição de cristãos de todo nível, novos e velhos, iniciados e maduros, bem ou mal intencionados, leigos e oficiais. Um novo cristão, quando ouve uma mensagem dessa seguidamente, tenderá a pensar que o evangelho e todo o conteúdo da Bíblia estão amparados sobre modelos psicológicos de afirmação. Mais que isso, que qualquer ação do homem é, em si, uma ação unilateral, que depende apenas da disposição humana ou, no mínimo, da sua capacidade de enxergar além daquilo que o seu semelhante consegue enxergar. E nada mais particular que a visão!

Onde entra Jesus nessa história? Ele é quem dá a visão que precisamos ter. Ele é quem a revela e provê os recursos para que a alcancemos. Mas isso é tão marginal ao contexto da mensagem que corre o risco de passar despercebido ao ouvinte. E aí reside o malefício de mensagens com esse teor.

Por isso a pregação e o ensino cristãos devem – irremediavelmente – ser cristocêntricos. Se nossa pregação não passar por Jesus, não temos nada a dizer a uma audiência de cristãos. Antonio Vieira já via esse problema no Século 17, pois escreveu no Sermão da Sexagésima: “Prega-se sobre a Palavra, mas não a Palavra”. E acrescenta que essa era a causa de haver muitas igrejas, muitos pregadores, mas poucas conversões. E isso mudou hoje? De forma alguma, tanto que no Século 20 Billy Graham e John Stott disseram algo a esse respeito. O que houve de variação foi que as temáticas foram mudadas, mas ainda desconsiderando a necessidade da cristocentricidade.

O evangelho, que é simples e não menos de difícil aplicação, tem sido mudado em um emaranhado de formulações quase algébricas que destoam o sentido original já presente nos enunciados do Antigo Testamento. Os antigos judeus e a mente oriental não raciocinam em categorias analíticas. Seu enfoque está nas questões da vida, do longo prazo, do domínio próprio e do equilíbrio. Nós somos imediatistas, analíticos, pragmáticos. Eles pensam na família como grande desafio da vida de um homem; nós não conseguimos sucesso no lar, batemos recordes de divórcio e mesmo assim queremos resolver os problemas do planeta. A Bíblia não dá base a esse modo interpretação de suas verdades e princípios e forçá-la a isso é um atentado ao seu valor mais intrínseco: ser ela a revelação de Deus ao homem para que este tenha a vida.

Por que não desfrutamos a plenitude daquilo que o cristianismo oferece de melhor? Porque Jesus ensinou princípios e nós queremos fórmulas; Jesus apontou para a base do edifício, mas nós temos olhado para a torre de marfim.

Quem se aproxima do evangelho precisa considerar que Jesus pregou o Reino acima de tudo, inclusive da Igreja (tema que ele pouco explorou) e disse aos seus ouvintes que buscassem a Vida, a qual ele afirmou ser encontrada no relacionamento pessoal com ele. Nós, ao contrário, não enfatizamos o Reino, mas a Igreja (e o que podemos extrair da frequência a seus cultos) e queremos saber matematicamente como ter uma vida boa aqui e agora, não no futuro. Estamos tão longes da realidade espiritual ensinada pelo Senhor Jesus, assim como o Oriente está longe do Ocidente.

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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Jesus diz “sim” quando dizemos “não”

“A gratidão é uma dádiva que deve ser paga, mas que ninguém tem o direito de esperar que o seja.” Jean-Jacques Rousseau

Em Lucas 7 lemos uma história impressionante. Jesus, convidado por um fariseu para uma refeição, reclinou-se à mesa. Uma pecadora aproximou-se dele e, sem dizer palavras, chorava a tal ponto de lavar os pés de Jesus, aos quais enxugava com os próprios cabelos. O fariseu refletia consigo que Jesus não era profeta, pois se o fosse afastaria de si a pecadora.

Jesus, sabendo o que movia o coração daquele homem, dirigiu-se à Pedro com uma questão sobre amor e gratidão. Aquele que tem uma dívida maior e recebe perdão da mesma é mais amado que aquele que tem uma dívida menor e também recebe o devido perdão. O amor maior é demonstrado para com aqueles que nos ofendem mais. Pedro respondeu acertadamente e Jesus usou a resposta de Pedro para “provocar” o fariseu:

“Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés. Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados; pois ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama” (Lc 7.44-47, NVI).

Jesus pode perdoar pecados a todos quantos ele ama. Ele pode, igualmente, realizar na vida dessas pessoas tudo aquilo que ele quiser, pois ele nos ama. Mas ele manifesta seu amor somente a quem faz parte do seu círculo mais íntimo, pessoal? Embora Jesus estivesse à mesa com um religioso – teoricamente alguém do seu métier – o que dizer da pecadora, certamente uma prostituta? Como conciliar essa experiência de um homem cuja agenda é tão concorrida com a de uma pessoa sob toda suspeita: mulher numa sociedade machista, pecadora numa sociedade de puritanos?

Jesus equaciona a questão. Ele diz a Pedro que há pessoas cujo coração, embora empobrecido pelo pecado, mal intencionado pela malícia, abriga uma categoria rara do amor que torna aquele que a possui alguém de rara percepção e sensibilidade espiritual. Aquela mulher não teve apenas os muitos pecados perdoados, mas ainda alcançou a sua salvação por conta do amor que nutria em sua alma.

Pode um leigo, ignorante no conhecimento religioso, alheio às práticas litúrgicas mais ortodoxas e de comportamento réprobo ter alguma relação com aquele a quem chamamos Santo? Nós diríamos um sonoro não. Jesus não; ele diria um amável e doce sim.

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A era do erro

Não duvido que a postura mais populista em nossa sociedade é a da condenação. Quer ver seu blog bombar? Denuncie, aponte o erro dos outros, diminua seu semelhante. Um amigo, Jeferson Magno, escreveu há um tempo: "A receita infalível para qualquer blog ser acessado é falar mal do Pr. Silas Malafaia". Claro, usei um exemplo aleatório, mas fato é que falar mal dos outros, de qualquer pessoa que esteja em evidência, dá Ibope e acessos.

Há, por conta disso, pastores, professores e outros "ores" que se especializaram na "imprensa marrom gospel". São verdadeiros "Nelsons Rubens protestantes". Como diz um ditado: "Eles não querem saber quem morreu, eles querem é chorar".

Com pretexto de “defesa apologética da fé”, travestem seus azedumes, suas frustrações, sua pequenez e põem-se a falar mal dos outros, quem quer que seja.

Curiosamente esse “outro” é aquele que tão somente pensa diferente, ainda que esteja do mesmo lado da mesa. Típica intolerância. Não vou usar, aqui, o termo “fundamentalista”, porque o caso nem é esse. Não discutem ideias, discutem opções, preferências na maioria das vezes; ainda que dentro de um espectro teológico.

Fulano é aquilo, não isso. Beltrano diz aquilo, não isso. Por que devemos, dentro da Igreja, ser conhecidos por sermos isso “ou” aquilo? Por pensar assim “ou” assado? Por que não podemos ser isso “e” aquilo?

Os discípulos imediatos de Jesus foram conhecidos e chamados de cristãos em Antioquia. Foram conhecidos por estarem “no Caminho”. Os de hoje são conhecidos por estarem “na trincheira”.

Pelo pouco que entendo, nada mais em desacordo com o pensamento de Jesus. Seus discípulos (como uma sina... posso usar essa palavra?), já pensavam como os de hoje. “Senhor, vimos um expulsando demônios, mas ele não nos segue”. O espírito de denuncismo já dura dois mil anos!

A resposta de Jesus bem que poderia ser transmitida em horário nobre. “Quem comigo não ajunta, espalha. Ninguém que é contra mim usa o meu nome”. Esta é uma afirmação que nos leva a uma séria reflexão. O que diriam os promotores da moral evangélica, os árbitros do povo de Deus, os guardiães da sã doutrina diante de uma declaração assim? Ela é desconcertante, para dizer o mínimo.

Gastar milhões de reais por mês para lavar roupa suja em rede nacional de televisão ou mesmo não gastar dinheiro, mas jogar tempo fora na internet para alimentar um blog tipo “nós ou eles” tem se tornado um empreendimento asqueroso. Há casos em que a ânsia é efetiva e explicitamente marketeira, autopromocional; endomarketing deslavado. Cheira a orgulho próprio. Não há nada de apologético em questão. É quase uma dependência química, um vício pastoral. O ataque é contra pessoas, não contra ideias. Não há qualquer preocupação com o Reino, pois o objetivo é excluir a concorrência, diminuir as chances do adversário e promover-se.

E para finalizar, parafraseando um tweete meu, “na internet, quem você pensava ser certo, é errado; quem você pensava ser errado, é medíocre”.

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