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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A era do erro

Não duvido que a postura mais populista em nossa sociedade é a da condenação. Quer ver seu blog bombar? Denuncie, aponte o erro dos outros, diminua seu semelhante. Um amigo, Jeferson Magno, escreveu há um tempo: "A receita infalível para qualquer blog ser acessado é falar mal do Pr. Silas Malafaia". Claro, usei um exemplo aleatório, mas fato é que falar mal dos outros, de qualquer pessoa que esteja em evidência, dá Ibope e acessos.

Há, por conta disso, pastores, professores e outros "ores" que se especializaram na "imprensa marrom gospel". São verdadeiros "Nelsons Rubens protestantes". Como diz um ditado: "Eles não querem saber quem morreu, eles querem é chorar".

Com pretexto de “defesa apologética da fé”, travestem seus azedumes, suas frustrações, sua pequenez e põem-se a falar mal dos outros, quem quer que seja.

Curiosamente esse “outro” é aquele que tão somente pensa diferente, ainda que esteja do mesmo lado da mesa. Típica intolerância. Não vou usar, aqui, o termo “fundamentalista”, porque o caso nem é esse. Não discutem ideias, discutem opções, preferências na maioria das vezes; ainda que dentro de um espectro teológico.

Fulano é aquilo, não isso. Beltrano diz aquilo, não isso. Por que devemos, dentro da Igreja, ser conhecidos por sermos isso “ou” aquilo? Por pensar assim “ou” assado? Por que não podemos ser isso “e” aquilo?

Os discípulos imediatos de Jesus foram conhecidos e chamados de cristãos em Antioquia. Foram conhecidos por estarem “no Caminho”. Os de hoje são conhecidos por estarem “na trincheira”.

Pelo pouco que entendo, nada mais em desacordo com o pensamento de Jesus. Seus discípulos (como uma sina... posso usar essa palavra?), já pensavam como os de hoje. “Senhor, vimos um expulsando demônios, mas ele não nos segue”. O espírito de denuncismo já dura dois mil anos!

A resposta de Jesus bem que poderia ser transmitida em horário nobre. “Quem comigo não ajunta, espalha. Ninguém que é contra mim usa o meu nome”. Esta é uma afirmação que nos leva a uma séria reflexão. O que diriam os promotores da moral evangélica, os árbitros do povo de Deus, os guardiães da sã doutrina diante de uma declaração assim? Ela é desconcertante, para dizer o mínimo.

Gastar milhões de reais por mês para lavar roupa suja em rede nacional de televisão ou mesmo não gastar dinheiro, mas jogar tempo fora na internet para alimentar um blog tipo “nós ou eles” tem se tornado um empreendimento asqueroso. Há casos em que a ânsia é efetiva e explicitamente marketeira, autopromocional; endomarketing deslavado. Cheira a orgulho próprio. Não há nada de apologético em questão. É quase uma dependência química, um vício pastoral. O ataque é contra pessoas, não contra ideias. Não há qualquer preocupação com o Reino, pois o objetivo é excluir a concorrência, diminuir as chances do adversário e promover-se.

E para finalizar, parafraseando um tweete meu, “na internet, quem você pensava ser certo, é errado; quem você pensava ser errado, é medíocre”.

Siga-me no Tweeter: @magnopaganelli

Um comentário:

  1. Estive convensando esse assunto com mnha esposa ontem.Voce pode fazer 1249 coisas corretas e ninguem fala nada , mas quando vc faz 1 errado até quem voce nem conheçe vai te apontar o dedo . Muitas pessoas perderam a visão de aguia e estao com a visão de um urubu.

    Evandro Reis

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