Havia em Jerusalém um tanque chamado Betesda, cujas ruínas ainda estão lá, cfme. foto (João 5.1ss). Sabe-se que naquele espaço se reuniam doentes, inválidos e deficientes que aguardavam um milagre atribuído à Deus quando as águas eram agitadas. Mas não é essa a questão neste texto.
Os versículos 5 e 6 dizem: “Um dos que estavam ali era paralítico fazia trinta e oito anos. Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou: ‘Você quer ser curado?’.” Há duas respostas cabíveis a esta pergunta: Sim ou não. “Sim, evidentemente quero ser curado” ou “Não, estou acostumado e acomodado à minha situação e se sair daqui não tenho para onde ir”.
Mas aquele homem não deu qualquer uma dessas respostas. Ele me surpreende ao dizer: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim”.
Que absurdo! Além de ignorar a questão levantada ele conseguiu atribuir aos seus “amigos de tanque” a culpa por ele estar há tanto tempo na fila do milagre. Em outras palavras ele disse que a demora para a sua cura se dava porque ninguém ali era seu amigo. Quando decidiam ajudar alguém, ele era preterido e outro, ainda que com menos “tempo de casa”, recebia a ajuda e era curado.
Esse paralítico não sabia quem era Jesus. Sua fama corria Israel de norte a sul e o paralitico ignorava a grandeza de Jesus. A oportunidade bateu-lhe à porta, mas as circunstâncias impediram-no de agarrá-la. Além da disposição de realizar o próprio milagre, ele precisou da compreensão e tolerância de Jesus em superara deficiência de um homem tacanho, de físico paralítico e alma cega.
E nós, será que entendemos as mensagens, percebemos as oportunidades e sabemos ao certo quem é Jesus? Porque respostas temos dado; falamos muito sobre a história de Jesus, mas conhecemos o Jesus da história? Receio que muitos de nós não saibamos nem uma coisa nem outra.
Entramos na fila do milagre acreditando que o poder reside nas águas e não naquele que as faz ficarem agitadas. Sem um relacionamento real e pessoal com Jesus, ficaremos a vida toda à espera de intermediários em vez de recorrermos à origem e fonte da graça de Deus.
E por fim, se não entramos no tanque, logo atribuímos a culpa a outro, preservando a nossa integridade, quando nem ao menos entendemos a pergunta que tem sido feita. Dizemos saber muito sobre a igreja, sobre a Bíblia, sobre Deus. Temos respostas na ponta da língua a todo e qualquer enigma proposto, a toda e qualquer situação. Mas temos dado as respostas certas às demandas e às necessidades daqueles que nos cercam?
Temos a resposta, mas ela responde a pergunta que é feita?
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