Foi Teodoro Beza, biógrafo de João Calvino, quem deu início a certas ênfases na doutrina de Calvino, ênfases essas que o próprio biografado não pretendia dar. Nascia aí o calvinismo que Calvino não ensinou. Justiça seja feita, nem todo o calvinismo deve ser rejeitado, pois trata-se de um excelente programa de reforma de toda a sociedade e não somente da igreja. Entretanto, alguns dos chamados Cinco Pontos do Calvinismo(1)parecem, até mesmo para um calvinista como Norman Geisler, interpretações imprecisas e absurdas do que a Bíblia ensina. Geisler critica abertamente R. C. Sproul, um dos maiores escritores e defensores da doutrina calvinista, demonstrando falácias e contradições em alguns de seus pensamentos e textos.
Há muito o que escrever sobre questões como essas; eu não seria ingênuo a ponto de pretender propor uma revisão do modo como certos grupos reformados lidam com as questões do dia-a-dia da fé. Mas, como dito no início do capítulo, o ponto de partida, em torno do qual proponho a discussão, é o modo como lidamos com o conhecimento herdado – pela tradição e pela Escritura – e a aplicação que fazemos dessa herança, ao conduzirmos pessoas a Cristo e levá-las ao discipulado e à disciplina, com vistas ao crescimento e amadurecimento na fé e na cidadania.
Tenho questões que gostaria que alguém respondesse. Se para os cristãos a Bíblia é a única e última autoridade em matéria de fé e verdade, e uma vez que é possível encontrar nela as principais declarações elaboradas nos Credos que a igreja produziu, por que então não usarmos pura e simplesmente a Bíblia no ensino aos cristãos? Em que, por exemplo, um texto como o de Colossenses 1.15-20 fica devendo diante de um Credo Apostólico ou um Credo Niceno?
Um dos postulados ou slogans da Reforma, formulado por Gilbertus Voetius (1589-1676), é Ecclesia reformata et semper reformanda est, que pode ser traduzido por A Igreja é reformada e está sempre se reformando. Esse princípio, segundo a proposta reformacionista, deveria ser encarado à luz de outra reivindicação: sola scriptura (só a Escritura). Esse sola, que surgiu em oposição à força da tradição romana imposta sobre cada aspecto da vida do cristão, advogava que o alvo era sempre o de promover um retorno às Escrituras.(2) Os reformadores não queriam uma igreja que estivesse sempre mudando, mas sempre se reformando, uma vez que reformar implicava retorno ao texto bíblico, o que promovia um ciclo de pureza a cada leitura e reordenamento da prática do ensino bíblico.
Ao considerar que há diversas passagens bíblicas com declarações posteriormente exploradas nos documentos da Igreja, não estou aqui atacando e repudiando documento algum, principalmente depois de vermos sua necessidade em momentos decisivos da história. Mas há que se dizer que os mesmos precisam ser colocados em seus devidos lugares, em função de uma convergência para ou exaltação da Palavra de Deus. Ela é absoluta, bem como a verdade encontrada em suas páginas. Ela é viva!
(...) o fato de a Bíblia ser nossa autoridade suprema é que nos dá liberdade de retornar às Escrituras e redescobrir verdades, que foram obscurecidas pela tradição e pelos costumes, em relação à igreja. Uma das razões que muitos crentes temem mudanças e defendem as tradições da igreja local é porque suspeitam que a mudança os leva para longe da verdade mais que em direção a ela. (3)
A Bíblia não é um livro de receitas, é um documento único da revelação divina (ênfase minha). (4)
Os perdidos que admitem a necessidade de serem salvos (os eleitos?) não querem saber o que cremos ou o que temos a dizer sobre Deus; eles querem saber o que Deus está dizendo para eles e quais são as boas novas de Deus para o perdido. Da mesma forma, os problemas enfrentados pela Igreja, em determinados momentos da história, devem ser tratados à luz da compreensão reformada pela Escritura. Outros autores também têm notado e escrito sobre a tendência à rigidez provocada pela adoção e “reverência” de documentos históricos em denominações que se guiam por eles.
O projeto para uma comunidade cristã dinâmica é a Palavra de Deus. Embora se deva apreciar as interpretações culturais, tradicionais e denominacionais da Igreja, todas as formas da Igreja de Cristo devem, em suma, sujeitar-se às Escrituras, caso contrário elas, em sua caminhada ao sabor do vento, deixarão, cada vez mais, de ser cristãs. (5)
Não pode haver dúvida de que, mais do que nunca, é preciso nos expormos ao texto bíblico, permitindo que o Senhor fale por meio dele. Por mais sérios que sejam os demais documentos, por mais piedosos que tenham sido seus autores, a Palavra de Deus é nossa regra única de fé. Mesmo irmãos de dentro dos círculos reformados têm identificado grupos que se excedem na defesa dos Credos e das Confissões.
Enquanto escrevia este capítulo, conversei sobre isso com um pastor amigo meu, militante na igreja Reformada. Ele lamentou ver que alguns de seus pares são capazes de conversar por uma hora inteira, citando vários trechos das Confissões, se citar uma única vez a qualquer versículo da Bíblia. Creio que essa não seja a posição dominante a Igreja, mas é um vício a ser combatido.
Certamente, só a exposição diante das Sagradas Escrituras poderá dar respostas seguras para a condução da Igreja na chamada pós-modernidade. Ainda que um Credo ou Confissão funcione como sumário daquilo que Deus diz em sua Palavra, é preciso admitir que muitos casos assemelham-se a alguns apóstolos que impediam as crianças festivas de se achegarem a Cristo. Os apóstolos estão no Caminho, mas é preciso deixar as crianças irem a Cristo.
** Extraído do livro É Cristã a Igreja Evangélica?, publicado pela Arte Editorial
1 Os cinco pontos são: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos.
2 Sempre reformando ou sempre deformando? Augustus Nicodemus, in Servos Ordenados. São Paulo: Ed.Cultura Cristã, ano 3, no. 11, out-dez/2006, p. 19.
3 HORRELL, op. cit., p. 156.
4 Barth. Op. cit., p. 120.
5 Horrell. Op. cit., p. 94.
Este espaço foi criado para discutir diferentes assuntos a partir da cosmovisão cristã. O que pretendo é o debate de ideias e o aprofundamento nas questões que interessam a Igreja de modo geral.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Outra regra de fé e prática?
Haveria boa intenção por parte daqueles que produziram tais orientações, bem como de todos os que as haviam transmitido, geração após geração, seja verbalmente, seja por escrito (o Midrash)? É certo que sim. Mas, onde estava o problema apontado por Jesus, uma vez que pode-se presumir a boa intenção dos autores e dos transmissores dessas orientações?
O problema é que essas orientações não eram Palavra de Deus e impediam acesso à Palavra revelada por Deus, ou averiguação direta da mesma. Ora, pergunto, o fato de que a produção e distribuição de Bíblias nunca foi tão ampla, implica a conclusão de que disso decorre a possibilidade do acesso ao texto bíblico, por toda e qualquer pessoa que deseje investigá-la pessoalmente? De modo nenhum! A prova é o caso que contei há pouco.
O estatuto(1), ou a declaração de fé(2), das igrejas/denominações mais recentes, rege a conduta dos que se filiam a tais instituições, muitas vezes sem levar em conta o que diz a Palavra de Deus.8 Igrejas históricas de orientação reformada(3), a luterana e algumas pentecostais adotam credos e confissões(4). Somente as mais novas têm redigido seus próprios documentos. Tirando o caráter pejorativo que as disputas e diferenças fomentaram, as divergências entre saduceus, fariseus, essênios e outras seitas menos expressivas no cenário judeu também tinham como pedra de toque as divergências de cunho doutrinário.
Instituições existem, e são constituídas, por pessoas que têm ideais e propostas em comum, e desejam que seus anseios sejam representados pela própria instituição ante a sociedade. As instituições eclesiásticas agregam pessoas que procuram respostas a inquietações e questionamentos que, para elas, ainda não foram resolvidos. Essas instituições vão crescendo, à medida que atraem aqueles que compartilham respostas de consenso, do grupo, a tais questões.
O mesmo se aplica a determinados sistemas filosóficos. Depois do Iluminismo, por exemplo, o Humanismo Existencialista atraiu muitas pessoas que, diante de um agudo sofrimento como o das duas Grandes Guerras, perderam a esperança nas respostas dadas pela religião.
Ora, quando uma instituição não dá respostas satisfatórias às pessoas, estas a abandonam, indo em busca de identidade e respostas em outra. Esta segunda instituição pode ser um sistema filosófico, um movimento nascente, ou uma instituição eclesiástica reunida em torno de uma ideologia e estabelecida em prédios ou templos.
O problema da instituição é que, quanto mais o tempo passa, mais difícil se torna uma renovação em sua maneira de ver a si mesma, ou no critério adotado para fornecer respostas às novas questões que se apresentam a cada dia. E não deveria ser assim, mesmo nas igrejas cuja norma é a utilização de antigos documentos.
É esse o exato esclarecimento que encontramos no prefácio da 17ª edição da Confissão de Fé de Westminster, onde, meu amigo, Dr. Cláudio Marra, adverte que a Confissão “não tenciona congelar-nos no passado nem inutilizar nossa capacidade de raciocínio e reflexão (...) ela nos desafia e estimula a pensarmos profundamente nossa época e a buscarmos nas Escrituras as respostas para as urgentes questões que enfrentamos”.(5)
De fato, há problemas sociais notados hoje que sequer eram imaginados há poucas décadas. Pesquisas com células-tronco, eutanásia, proteção aos direitos dos homossexuais. Ou, quem sabe, questões muito mais antigas, mas bem mais próxima a nós, como: batizar ou não um filósofo existencialista que já havia passado pelo batismo infantil?
O que diz o estatuto? E a declaração de fé? Podemos batizar ou não? Mas, essa é a pergunta a ser feita? A Congregação Cristã do Brasil (para citar um exemplo que conheço) ordena que até mesmo os cristãos adultos, vindos de outras denominações evangélicas, sejam rebatizados! Bem, considerando que cristãos ortodoxos não aceitam que Congregação Cristã seja apresentada como exemplo, por considerarem que se trata de uma seita herética, cabe questionar: O que é uma heresia? Quem determina o que é heresia? Trata-se de um conceito relativo? Cada grupo define o que entende que seja heresia?
A pergunta a ser feita – como entendo – é o que diz a Escritura a esse respeito. Suponho que devamos partir deste ponto. Mas os estatutos – dirá alguém – existem para nortear biblicamente a igreja-denominação, em defesa da fé, diante dos desafios que se apresentam. Ora, desconfio dessa declaração por duas razões muito próximas e posso esclarecê-las, começando por narrar um fato que me ajuda a esclarecer a primeira razão. E é o seguinte: fui convidado a desenvolver o projeto gráfico do livreto que contém o estatuto de uma denominação bem conhecida. Não era da minha conta, mas, em uma das reuniões com o pastor responsável por me repassar as informações e arquivos para o trabalho gráfico, perguntei que pontos haviam sido alterados no estatuto. Aquele pastor, um tanto constrangido, disse-me que algumas questões “inconvenientes” haviam sido “deixadas de fora”. Mas, em vez de se omitir quanto a questões desconfortáveis, não é evidente que a atitude bíblica, de pastoreio, seria a de enfrentar essas questões, até para eliminar a desatualização do documento?
O segundo motivo, pelo qual desconfio dessa declaração, é mais genérico. Diz respeito à pessoa por trás do estatuto, ou à instituição por trás do estatuto ou declaração de fé. A pessoa, ou comissão, que elabora o estatuto, ou a declaração de fé (ou ainda a sistematização teológica, sejamos honestos), o faz seguindo as tradições (orais, em boa parte) da instituição, seguindo as “mishnas” da sua orientação religiosa ou denominacional. O problema, aqui, é a estratificação desses textos, a elevação dos mesmos à uma categoria próxima a de “pseudo-inspirados”, e a aplicação dos mesmos a todo custo, algumas vezes a despeito do ensino bíblico
E isso quando a tradição é formalmente documentada – no papel, para que todos possam consultá-la. Existem grandes igrejas, de abrangência nacional, cuja tradição é oral mesmo: o novo membro só tem acesso à orientação teológica do grupo, sobre determinados assuntos, à medida que convive com a comunidade e se envolve com seus problemas e meandros. Só aos poucos, “os mistérios” vão sendo revelados. E quanto ao texto bíblico, quem tem tempo de ler suas centenas de páginas à procura de respostas? Creio que essa razão seria a mais apresentada na igreja da atualidade, sempre regida pelo “senso de urgência” e de fast food adotadas, pelas instituições seculares e corporativas, como padrão.
“Suspeito” que, embora tenha que dialogar com a cultura de seu próprio tempo, a Igreja não pode seguir nos trilhos, quer da modernidade, quer da pós-modernidade. Ela deve centralizar-se em Cristo e descentralizar-se do mundo. Embora esteja no mundo, não é do mundo. Ora, se parecemos ser como as demais pessoas, por que as pessoas se sentiriam atraídas por Cristo, se o que há na Igreja é igual ao que pode ser encontrado fora dela, inclusive pela hipocrisia de se dizer diferente, sem de fato ser? A Bíblia não omite a condição humana de pecado de qualquer de seus personagens; pelo contrário, narra até as mais sórdidas ações do ser humano, bem como as conseqüências que ele enfrenta como consequência de seus atos.
** Extraído do livro É Cristã a Igreja Evangélica?, publicado por Arte Editorial
(1) O termo estatuto é usado neste livro como referência ao documento oficial de cada igreja que regula e justifica sua existência, mas mais que isso, que delimita sua jurisprudência, que determina sua ascendência ou mesmo autonomia em relação a outras igrejas de mesma confissão.
(2) Uma declaração de fé neste livro é entendida simplesmente como o texto que formula sistematicamente a doutrina na qual a igreja está depositando sua crença.
(3)A relação entre o conteúdo de um estatuto e a Palavra de Deus é intermediada pela boa fé daqueles que o redige.
(4) São chamadas históricas as igrejas batistas, presbiterianas, metodistas, congregacionais e luteranas. As chamadas pentecostais históricas são Assembléia de Deus e Congregação Cristã do Brasil. Essas últimas são as primeiras, surgidas entre 1910 e 1911. Já as mais recentes (consideradas igualmente históricas) são Igreja do Evangelho Quadrangular, O Brasil para Cristo e Deus é Amor. As demais igrejas que seguem a orientação pentecostal, que no entanto surgiram após a década de 1970 têm sido chamadas neopentecostal e sua ênfase doutrinária difere na maioria dos pontos doutrinários das pentecostais históricas.
(5) Um credo é uma elaboração concisa de uma base doutrinária que espelha o conteúdo das Escrituras. Uma confissão é a proposição do credo em forma expandida, sistemática, que explica com mais clareza o mesmo conteúdo das Escrituras. Os Credos surgiram nos primeiros séculos do Cristianismo ao passo que as Confissões vieram bem depois, no período da Reforma Protestante.
(6) Confissão de Fé de Westminster. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 17ª ed., 2003, p. 6.
O problema é que essas orientações não eram Palavra de Deus e impediam acesso à Palavra revelada por Deus, ou averiguação direta da mesma. Ora, pergunto, o fato de que a produção e distribuição de Bíblias nunca foi tão ampla, implica a conclusão de que disso decorre a possibilidade do acesso ao texto bíblico, por toda e qualquer pessoa que deseje investigá-la pessoalmente? De modo nenhum! A prova é o caso que contei há pouco.
O estatuto(1), ou a declaração de fé(2), das igrejas/denominações mais recentes, rege a conduta dos que se filiam a tais instituições, muitas vezes sem levar em conta o que diz a Palavra de Deus.8 Igrejas históricas de orientação reformada(3), a luterana e algumas pentecostais adotam credos e confissões(4). Somente as mais novas têm redigido seus próprios documentos. Tirando o caráter pejorativo que as disputas e diferenças fomentaram, as divergências entre saduceus, fariseus, essênios e outras seitas menos expressivas no cenário judeu também tinham como pedra de toque as divergências de cunho doutrinário.
Instituições existem, e são constituídas, por pessoas que têm ideais e propostas em comum, e desejam que seus anseios sejam representados pela própria instituição ante a sociedade. As instituições eclesiásticas agregam pessoas que procuram respostas a inquietações e questionamentos que, para elas, ainda não foram resolvidos. Essas instituições vão crescendo, à medida que atraem aqueles que compartilham respostas de consenso, do grupo, a tais questões.
O mesmo se aplica a determinados sistemas filosóficos. Depois do Iluminismo, por exemplo, o Humanismo Existencialista atraiu muitas pessoas que, diante de um agudo sofrimento como o das duas Grandes Guerras, perderam a esperança nas respostas dadas pela religião.
Ora, quando uma instituição não dá respostas satisfatórias às pessoas, estas a abandonam, indo em busca de identidade e respostas em outra. Esta segunda instituição pode ser um sistema filosófico, um movimento nascente, ou uma instituição eclesiástica reunida em torno de uma ideologia e estabelecida em prédios ou templos.
O problema da instituição é que, quanto mais o tempo passa, mais difícil se torna uma renovação em sua maneira de ver a si mesma, ou no critério adotado para fornecer respostas às novas questões que se apresentam a cada dia. E não deveria ser assim, mesmo nas igrejas cuja norma é a utilização de antigos documentos.
É esse o exato esclarecimento que encontramos no prefácio da 17ª edição da Confissão de Fé de Westminster, onde, meu amigo, Dr. Cláudio Marra, adverte que a Confissão “não tenciona congelar-nos no passado nem inutilizar nossa capacidade de raciocínio e reflexão (...) ela nos desafia e estimula a pensarmos profundamente nossa época e a buscarmos nas Escrituras as respostas para as urgentes questões que enfrentamos”.(5)
De fato, há problemas sociais notados hoje que sequer eram imaginados há poucas décadas. Pesquisas com células-tronco, eutanásia, proteção aos direitos dos homossexuais. Ou, quem sabe, questões muito mais antigas, mas bem mais próxima a nós, como: batizar ou não um filósofo existencialista que já havia passado pelo batismo infantil?
O que diz o estatuto? E a declaração de fé? Podemos batizar ou não? Mas, essa é a pergunta a ser feita? A Congregação Cristã do Brasil (para citar um exemplo que conheço) ordena que até mesmo os cristãos adultos, vindos de outras denominações evangélicas, sejam rebatizados! Bem, considerando que cristãos ortodoxos não aceitam que Congregação Cristã seja apresentada como exemplo, por considerarem que se trata de uma seita herética, cabe questionar: O que é uma heresia? Quem determina o que é heresia? Trata-se de um conceito relativo? Cada grupo define o que entende que seja heresia?
A pergunta a ser feita – como entendo – é o que diz a Escritura a esse respeito. Suponho que devamos partir deste ponto. Mas os estatutos – dirá alguém – existem para nortear biblicamente a igreja-denominação, em defesa da fé, diante dos desafios que se apresentam. Ora, desconfio dessa declaração por duas razões muito próximas e posso esclarecê-las, começando por narrar um fato que me ajuda a esclarecer a primeira razão. E é o seguinte: fui convidado a desenvolver o projeto gráfico do livreto que contém o estatuto de uma denominação bem conhecida. Não era da minha conta, mas, em uma das reuniões com o pastor responsável por me repassar as informações e arquivos para o trabalho gráfico, perguntei que pontos haviam sido alterados no estatuto. Aquele pastor, um tanto constrangido, disse-me que algumas questões “inconvenientes” haviam sido “deixadas de fora”. Mas, em vez de se omitir quanto a questões desconfortáveis, não é evidente que a atitude bíblica, de pastoreio, seria a de enfrentar essas questões, até para eliminar a desatualização do documento?
O segundo motivo, pelo qual desconfio dessa declaração, é mais genérico. Diz respeito à pessoa por trás do estatuto, ou à instituição por trás do estatuto ou declaração de fé. A pessoa, ou comissão, que elabora o estatuto, ou a declaração de fé (ou ainda a sistematização teológica, sejamos honestos), o faz seguindo as tradições (orais, em boa parte) da instituição, seguindo as “mishnas” da sua orientação religiosa ou denominacional. O problema, aqui, é a estratificação desses textos, a elevação dos mesmos à uma categoria próxima a de “pseudo-inspirados”, e a aplicação dos mesmos a todo custo, algumas vezes a despeito do ensino bíblico
E isso quando a tradição é formalmente documentada – no papel, para que todos possam consultá-la. Existem grandes igrejas, de abrangência nacional, cuja tradição é oral mesmo: o novo membro só tem acesso à orientação teológica do grupo, sobre determinados assuntos, à medida que convive com a comunidade e se envolve com seus problemas e meandros. Só aos poucos, “os mistérios” vão sendo revelados. E quanto ao texto bíblico, quem tem tempo de ler suas centenas de páginas à procura de respostas? Creio que essa razão seria a mais apresentada na igreja da atualidade, sempre regida pelo “senso de urgência” e de fast food adotadas, pelas instituições seculares e corporativas, como padrão.
“Suspeito” que, embora tenha que dialogar com a cultura de seu próprio tempo, a Igreja não pode seguir nos trilhos, quer da modernidade, quer da pós-modernidade. Ela deve centralizar-se em Cristo e descentralizar-se do mundo. Embora esteja no mundo, não é do mundo. Ora, se parecemos ser como as demais pessoas, por que as pessoas se sentiriam atraídas por Cristo, se o que há na Igreja é igual ao que pode ser encontrado fora dela, inclusive pela hipocrisia de se dizer diferente, sem de fato ser? A Bíblia não omite a condição humana de pecado de qualquer de seus personagens; pelo contrário, narra até as mais sórdidas ações do ser humano, bem como as conseqüências que ele enfrenta como consequência de seus atos.
** Extraído do livro É Cristã a Igreja Evangélica?, publicado por Arte Editorial
(1) O termo estatuto é usado neste livro como referência ao documento oficial de cada igreja que regula e justifica sua existência, mas mais que isso, que delimita sua jurisprudência, que determina sua ascendência ou mesmo autonomia em relação a outras igrejas de mesma confissão.
(2) Uma declaração de fé neste livro é entendida simplesmente como o texto que formula sistematicamente a doutrina na qual a igreja está depositando sua crença.
(3)A relação entre o conteúdo de um estatuto e a Palavra de Deus é intermediada pela boa fé daqueles que o redige.
(4) São chamadas históricas as igrejas batistas, presbiterianas, metodistas, congregacionais e luteranas. As chamadas pentecostais históricas são Assembléia de Deus e Congregação Cristã do Brasil. Essas últimas são as primeiras, surgidas entre 1910 e 1911. Já as mais recentes (consideradas igualmente históricas) são Igreja do Evangelho Quadrangular, O Brasil para Cristo e Deus é Amor. As demais igrejas que seguem a orientação pentecostal, que no entanto surgiram após a década de 1970 têm sido chamadas neopentecostal e sua ênfase doutrinária difere na maioria dos pontos doutrinários das pentecostais históricas.
(5) Um credo é uma elaboração concisa de uma base doutrinária que espelha o conteúdo das Escrituras. Uma confissão é a proposição do credo em forma expandida, sistemática, que explica com mais clareza o mesmo conteúdo das Escrituras. Os Credos surgiram nos primeiros séculos do Cristianismo ao passo que as Confissões vieram bem depois, no período da Reforma Protestante.
(6) Confissão de Fé de Westminster. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 17ª ed., 2003, p. 6.
Com a palavra, o hipócrita
Até bem pouco tempo eu recebia mensalmente, em meu endereço residencial, o jornal oficial de certa denominação protestante. Folheando um desses exemplares, um artigo saltou-me aos olhos. Estava em uma seção tipo perguntas e respostas, à qual os leitores escrevem sobre suas dúvidas e o órgão oficial responde de acordo com o estatuto da denominação.
Naquela edição, um leitor tinha dúvidas sobre qual procedimento adotar no caso de um oficial (pastor) desligar-se daquela denominação e ligar-se a outra, retornando àquela igreja de origem, algum tempo depois. A questão era se tal pastor deveria ser recebido ou disciplinado!
O pastor responsável pela seção do jornal pontuou sua resposta à luz dos cânones da denominação. Sua resposta dizia algo assim: se tal oficial ligar-se a outra denominação histórica, ao retornar deve ser recebido com as credenciais que lhe foram dadas antes do desligamento. Mas – prosseguia, se ligar-se a uma igreja histórica de orientação pentecostal ou a uma igreja neopentecostal, o tal pastor deve ser recebido e colocado no banco e tratado como catecúmeno. Deverá ser disciplinado e reintegrado, podendo seguir sua carreira ministerial como qualquer outro membro, após a disciplina.
Quando li o nome do pastor que assinara essa orientação, fiquei impaciente. Aquele homem havia sido dirigente de uma igreja à qual eu havia sido convidado – e participado – de diversos programas. Preguei em um culto para toda a igreja; preguei no culto da família, para casais; preguei no culto dos jovens diversas vezes, tendo inclusive participado de alguns acampamentos como preletor oficial. Enfim, eu, um pastor de orientação doutrinária pentecostal, pude tantas vezes pregar e ensinar, àquele grupo de irmãos, sobre diversos assuntos; entretanto, se um deles viesse para uma igreja da minha orientação teológica, deveria ser considerado catecúmeno! O que estava havendo? Onde estava o furo em toda essa história?
Sem demora, escrevi um email ao pastor relatando que eu mesmo, um pastor de orientação pentecostal, havia pregado por diversas vezes na igreja da denominação dele, mais especificamente na igreja dirigida por ele, e que não entendia o preconceito claramente indicado na sua resposta. Que orientação, no mínimo contraditória, era aquela? Poucos dias depois, o pastor respondeu, retratando-se. Ele dizia, em linhas gerais, que, na qualidade de editor responsável por aquela específica coluna do órgão oficial da sua denominação, ele deveria dar orientação aos leitores de acordo com o estatuto oficial da igreja, embora ele mesmo não concordasse cem por cento com as diretrizes ali estabelecidas. Em outras palavras, no papel, milhares de fiéis são “dirigidos” por uma tradição suscitada por algum tipo de documento, mas, na prática, no dia-a-dia, “dá-se um jeito” (de viver pacificamente?) e rasgam-se os documentos.
O que um estatuto representa no contexto eclesial? Que força pode ser atribuída a um documento como esse? E o que dizer dos Credos e Confissões?
** Extraído do livro É cristã a Igreja Evangélica, publicado pela Arte Editorial
Naquela edição, um leitor tinha dúvidas sobre qual procedimento adotar no caso de um oficial (pastor) desligar-se daquela denominação e ligar-se a outra, retornando àquela igreja de origem, algum tempo depois. A questão era se tal pastor deveria ser recebido ou disciplinado!
O pastor responsável pela seção do jornal pontuou sua resposta à luz dos cânones da denominação. Sua resposta dizia algo assim: se tal oficial ligar-se a outra denominação histórica, ao retornar deve ser recebido com as credenciais que lhe foram dadas antes do desligamento. Mas – prosseguia, se ligar-se a uma igreja histórica de orientação pentecostal ou a uma igreja neopentecostal, o tal pastor deve ser recebido e colocado no banco e tratado como catecúmeno. Deverá ser disciplinado e reintegrado, podendo seguir sua carreira ministerial como qualquer outro membro, após a disciplina.
Quando li o nome do pastor que assinara essa orientação, fiquei impaciente. Aquele homem havia sido dirigente de uma igreja à qual eu havia sido convidado – e participado – de diversos programas. Preguei em um culto para toda a igreja; preguei no culto da família, para casais; preguei no culto dos jovens diversas vezes, tendo inclusive participado de alguns acampamentos como preletor oficial. Enfim, eu, um pastor de orientação doutrinária pentecostal, pude tantas vezes pregar e ensinar, àquele grupo de irmãos, sobre diversos assuntos; entretanto, se um deles viesse para uma igreja da minha orientação teológica, deveria ser considerado catecúmeno! O que estava havendo? Onde estava o furo em toda essa história?
Sem demora, escrevi um email ao pastor relatando que eu mesmo, um pastor de orientação pentecostal, havia pregado por diversas vezes na igreja da denominação dele, mais especificamente na igreja dirigida por ele, e que não entendia o preconceito claramente indicado na sua resposta. Que orientação, no mínimo contraditória, era aquela? Poucos dias depois, o pastor respondeu, retratando-se. Ele dizia, em linhas gerais, que, na qualidade de editor responsável por aquela específica coluna do órgão oficial da sua denominação, ele deveria dar orientação aos leitores de acordo com o estatuto oficial da igreja, embora ele mesmo não concordasse cem por cento com as diretrizes ali estabelecidas. Em outras palavras, no papel, milhares de fiéis são “dirigidos” por uma tradição suscitada por algum tipo de documento, mas, na prática, no dia-a-dia, “dá-se um jeito” (de viver pacificamente?) e rasgam-se os documentos.
O que um estatuto representa no contexto eclesial? Que força pode ser atribuída a um documento como esse? E o que dizer dos Credos e Confissões?
** Extraído do livro É cristã a Igreja Evangélica, publicado pela Arte Editorial
sábado, 29 de outubro de 2011
Não acredito em muita coisa
Veja se há alguma razão para comemorar o Dia da Reforma Protestante hoje.
Eu sou editor de livros da Arte Editorial. Tem uns meses que convidei uns figurões para escreverem conjuntamente um livro, que seria publicado pela editora. O tema? A unidade da Igreja no que tange aos pontos em comum das diferentes orientações teológicas. A proposição central seria: "Que pontos devemos/podemos nos esforçar para manter/estabelecer e ressaltar a unidade da Igreja com vistas ao seu fortalecimento?". Jesus mesmo orou para que fôssemos um e disse que por essa unidade seríamos conhecidos pelo que somos.
O que eu pretendia com isso? Tão somente aproximar o que de melhor há em cada ramo do cristianismo protestante evangélico no Brasil, seja reformado, pentecostal, tradicional e mesmo em alguns grupos dentro do neopentecostalismo. Todos os que dizem ter edificado sobre o único fundamento e que celebram os sacramentos do batismo e da santa ceia. Não é isso que sobra depois de elimados os nossos excessos humanos?
Apresentei a proposta a pastores e escritores, desses que se dizem envolvidos e engajados em promover a saúde da Igreja, desses que estão na frente de batalha levantando a bandeira de uma Igreja séria, ética, unida pelos princípios da Reforma, e a outros simpatizantes do movimento de Lausanne.
Via de regra, todos ligados a algum grupo que diz "fazer-alguma-coisa" para que a Igreja de orientação evangelical e reformada tenha novamente a característica de um grupo cristão sério, ético e responsável da perspectiva sócio-política, e relevante. Quando digo "algum grupo", refiro-me a alianças, confrarias, "visões", conselhos e "coisas" como essas que estão virando moda.
E a resposta que obtive? Negativa. Ninguém disposto a "manchar a reputação". Não houve interesse em qualquer forma de aproximação e diálogo. Uns nem retornaram o email. Nada de alianças, nada de aproximações, nada de unidade. Lamento muito.
As críticas a outra parte, no entanto, foram mantidas. Nada de procurar ressaltar algum valor que preste, alguma virtude que valha. Entendi, então, que essa bandeira da unidade, da luta por uma igreja mais ética, mas séria, por uma pregação mais responsável, é uma bandeira rasgada e manchada. Se você não está de um lado, está do outro e então é alvo a ser atingido, atacado. Não há busca por consenso. Não há interesse no diálogo, nem que esse diálogo seja mediado por uma parte neutra, no caso o papel que eu, como editor, desempenharia.
Por isso, quando um desses figurões postou no Tweeter algumas palavras defendendo o seu grupinho, logo respondi que tratava-se de mais uma subdivisão para promover mais distinção, mais sectarismo dentro da Igreja já bastante dividida. Ele se ofendeu, mas sem razão, pelo que expus.
Assim, quando vejo ou ouço discursos apologéticos inflamados nessa direção, tenho grave dificuldade em acreditar que haja alguma disposição honesta em aproximar-se, em esvaziamento de vaidades em prol de algo maior, o Reino. Cristo não está dividido, como afirmou Paulo na carta aos Corintios, mas a liderança da Igreja permanece como há dois mil anos: um seguindo a Paulo, outro a Pedro, outro a Apolo, e o quarto grupo, igualmente partidário e separatista permanece dizendo seguir a Cristo (1Co 3.4).
Estou no Tweeter: @magnopaganelli
Eu sou editor de livros da Arte Editorial. Tem uns meses que convidei uns figurões para escreverem conjuntamente um livro, que seria publicado pela editora. O tema? A unidade da Igreja no que tange aos pontos em comum das diferentes orientações teológicas. A proposição central seria: "Que pontos devemos/podemos nos esforçar para manter/estabelecer e ressaltar a unidade da Igreja com vistas ao seu fortalecimento?". Jesus mesmo orou para que fôssemos um e disse que por essa unidade seríamos conhecidos pelo que somos.
O que eu pretendia com isso? Tão somente aproximar o que de melhor há em cada ramo do cristianismo protestante evangélico no Brasil, seja reformado, pentecostal, tradicional e mesmo em alguns grupos dentro do neopentecostalismo. Todos os que dizem ter edificado sobre o único fundamento e que celebram os sacramentos do batismo e da santa ceia. Não é isso que sobra depois de elimados os nossos excessos humanos?
Apresentei a proposta a pastores e escritores, desses que se dizem envolvidos e engajados em promover a saúde da Igreja, desses que estão na frente de batalha levantando a bandeira de uma Igreja séria, ética, unida pelos princípios da Reforma, e a outros simpatizantes do movimento de Lausanne.
Via de regra, todos ligados a algum grupo que diz "fazer-alguma-coisa" para que a Igreja de orientação evangelical e reformada tenha novamente a característica de um grupo cristão sério, ético e responsável da perspectiva sócio-política, e relevante. Quando digo "algum grupo", refiro-me a alianças, confrarias, "visões", conselhos e "coisas" como essas que estão virando moda.
E a resposta que obtive? Negativa. Ninguém disposto a "manchar a reputação". Não houve interesse em qualquer forma de aproximação e diálogo. Uns nem retornaram o email. Nada de alianças, nada de aproximações, nada de unidade. Lamento muito.
As críticas a outra parte, no entanto, foram mantidas. Nada de procurar ressaltar algum valor que preste, alguma virtude que valha. Entendi, então, que essa bandeira da unidade, da luta por uma igreja mais ética, mas séria, por uma pregação mais responsável, é uma bandeira rasgada e manchada. Se você não está de um lado, está do outro e então é alvo a ser atingido, atacado. Não há busca por consenso. Não há interesse no diálogo, nem que esse diálogo seja mediado por uma parte neutra, no caso o papel que eu, como editor, desempenharia.
Por isso, quando um desses figurões postou no Tweeter algumas palavras defendendo o seu grupinho, logo respondi que tratava-se de mais uma subdivisão para promover mais distinção, mais sectarismo dentro da Igreja já bastante dividida. Ele se ofendeu, mas sem razão, pelo que expus.
Assim, quando vejo ou ouço discursos apologéticos inflamados nessa direção, tenho grave dificuldade em acreditar que haja alguma disposição honesta em aproximar-se, em esvaziamento de vaidades em prol de algo maior, o Reino. Cristo não está dividido, como afirmou Paulo na carta aos Corintios, mas a liderança da Igreja permanece como há dois mil anos: um seguindo a Paulo, outro a Pedro, outro a Apolo, e o quarto grupo, igualmente partidário e separatista permanece dizendo seguir a Cristo (1Co 3.4).
Estou no Tweeter: @magnopaganelli
Tempo
Deus me pede estrita conta do meu tempo
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado e não fiz conta
Não quis, sobrando tempo, fazer conta
Hoje quero acertar conta e não há tempo.
Oh, vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo,
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.
Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo.
Antonio das Chagas, séc. 19.
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado e não fiz conta
Não quis, sobrando tempo, fazer conta
Hoje quero acertar conta e não há tempo.
Oh, vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo,
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.
Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo.
Antonio das Chagas, séc. 19.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Mistura que fica melhor
Vez ou outra me deparo com alguém recriminando a leitura deste ou daquele autor. “Se lê esse, não pode ler aquele”. Como sou editor de livros, também ouço “se publica esse, não pode publicar aquele”. Que conversa é essa?
Há vários motivos pelos quais não admito essa dicotomia, essa separação. E se você é líder, de um pequeno grupo que seja, deve estar preparado para interagir com as mais diversas entranhas da natureza humana.
Primeiro. Ler Calvino, Caio Fábio, a Bíblia, o Rebe, Huberto Roden e outros é imperativo. Não ler (ou não publicar) é alienação, definhamento intelectual e espiritual (isso sem dizer cultural!). Claro que há leituras que não acrescentam coisa alguma e essas nem tomo conhecimento mais (e também não vou mencioná-las). Mas se não posso interagir com cosmovisões diferentes da minha, sobre cada assunto da vida e do mundo, há muito mais a ser feito então, como não ligar a tevê, não ler notícias, não acessar internet etc. Neste caso a intolerância começa (ou definitivamente está) em nós. Que fique claro, não vou na direção do ecumenismo, ao menos neste post.
Segundo. O caminho pavimentado para o extremismo (seja ele o fundamentalismo ou mesmo o liberalismo) é “fechar questão” com determinadas escolas de pensamento. Há grupos que gostam muito de rótulos. Não ler (ou não publicar) de tudo um pouco faz de mim um radical extremista à curto prazo. Por que torcidas organizadas saem para o quebra-quebra em áreas públicas? Por que fanáticos religiosos explodem lugares públicos? Porque não sabem e não podem conviver pacifica e hamoniosamente com o diferente. A solução é destruí-los em vez de dialogar e buscar harmonia, mesmo que essa harmonia não signifique aderir ao pensamento do outro. Você quer se tornar um extremista? Então leia só o que a sua banda escreve, ouça só o que a sua turma fala.
Terceiro. É saudável o exercício do aprendizado e desejável a busca do discernimento, que da perpsectiva natural vem do conhecimento. Quando tenho contato com formas diferentes de pensamento, com cosmovisões distintas (e até divergentes), posso exercer o juízo e a avaliação daquilo que eu mesmo creio e provar se a visão do outro não é mais coerente e sólida que a minha. Isso promove o amadurecimento, solidifica posições estáveis e denuncia falhas em concepcções dúbias e contraditórias. Portanto, quem não se expõe e não permite que seu sistema de valores e crenças seja confrontado com uma leitura discordante, por exemplo, esteja certo de que não está seguro naquilo que crê e nas posições que adota. Precisa investir mais em conhecimento e diálogo.
A solidez de uma forma de pensar não pode ser ocultada a fim de ser protegida; é preciso permitir o escoamento daquilo que foi aprendido e dar chance a que outros aprendam conosco, seja pelo que sabemos, seja pelo que somos ou pelo simples modelo. Há muitas pessoas que ensinam sem abrir a boca e cada um de nós também pode aprender dessa forma.
O título deste post era “Toda verdade vem de Deus?”. Mas como achei muito ortodoxo, muito “certinho”, resolvi começar a quebrar paradigmas por aqui mesmo.
Siga-me no Tweeter: @magnopaganelli
Há vários motivos pelos quais não admito essa dicotomia, essa separação. E se você é líder, de um pequeno grupo que seja, deve estar preparado para interagir com as mais diversas entranhas da natureza humana.
Primeiro. Ler Calvino, Caio Fábio, a Bíblia, o Rebe, Huberto Roden e outros é imperativo. Não ler (ou não publicar) é alienação, definhamento intelectual e espiritual (isso sem dizer cultural!). Claro que há leituras que não acrescentam coisa alguma e essas nem tomo conhecimento mais (e também não vou mencioná-las). Mas se não posso interagir com cosmovisões diferentes da minha, sobre cada assunto da vida e do mundo, há muito mais a ser feito então, como não ligar a tevê, não ler notícias, não acessar internet etc. Neste caso a intolerância começa (ou definitivamente está) em nós. Que fique claro, não vou na direção do ecumenismo, ao menos neste post.
Segundo. O caminho pavimentado para o extremismo (seja ele o fundamentalismo ou mesmo o liberalismo) é “fechar questão” com determinadas escolas de pensamento. Há grupos que gostam muito de rótulos. Não ler (ou não publicar) de tudo um pouco faz de mim um radical extremista à curto prazo. Por que torcidas organizadas saem para o quebra-quebra em áreas públicas? Por que fanáticos religiosos explodem lugares públicos? Porque não sabem e não podem conviver pacifica e hamoniosamente com o diferente. A solução é destruí-los em vez de dialogar e buscar harmonia, mesmo que essa harmonia não signifique aderir ao pensamento do outro. Você quer se tornar um extremista? Então leia só o que a sua banda escreve, ouça só o que a sua turma fala.
Terceiro. É saudável o exercício do aprendizado e desejável a busca do discernimento, que da perpsectiva natural vem do conhecimento. Quando tenho contato com formas diferentes de pensamento, com cosmovisões distintas (e até divergentes), posso exercer o juízo e a avaliação daquilo que eu mesmo creio e provar se a visão do outro não é mais coerente e sólida que a minha. Isso promove o amadurecimento, solidifica posições estáveis e denuncia falhas em concepcções dúbias e contraditórias. Portanto, quem não se expõe e não permite que seu sistema de valores e crenças seja confrontado com uma leitura discordante, por exemplo, esteja certo de que não está seguro naquilo que crê e nas posições que adota. Precisa investir mais em conhecimento e diálogo.
A solidez de uma forma de pensar não pode ser ocultada a fim de ser protegida; é preciso permitir o escoamento daquilo que foi aprendido e dar chance a que outros aprendam conosco, seja pelo que sabemos, seja pelo que somos ou pelo simples modelo. Há muitas pessoas que ensinam sem abrir a boca e cada um de nós também pode aprender dessa forma.
O título deste post era “Toda verdade vem de Deus?”. Mas como achei muito ortodoxo, muito “certinho”, resolvi começar a quebrar paradigmas por aqui mesmo.
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E se Jesus não tivesse nascido (3)
No segundo post tratei das áreas das ciência e medicina. Neste falarei da influência de Jesus nas sociedades e na educação.
A liberdade civil e a liberdade de opinião são heranças cristãs. Veja você mesmo
Na Arábia Saudita jamais se ouve uma discussão se Maomé foi realmente o profeta de Alá.
Os muçulmanos convertidos ao cristianismo são sumariamente executados.
Salman Rushdie (autor de Versos Satânicos) ainda vive parcialmente escondido.
As liberdades civis estão nos mandamentos do AT:
Praticava pedofilia além de bater, ferir e assassinar garotos
Assassinou sua esposa por se opor a um romance extra-conjugal
Assassinou sua mãe pelo mesmo motivo
Por fim, assassinou sua amante
Iluminou 40 quilômetros da Via Ápia com corpos de cristãos em chamas
Esse era o governador do mundo naquela época.
Jesus e a civilização dos bárbaros
Em 1020d.C. os vikings (noruegueses) adotaram o cristianismo como sua lei:
“Ao mesmo tempo, antigas práticas se tornaram ilegais, como sacrifícios, magia negra, sacrifício de recém-nascidos, a escravidão e a poligamia”, escreveu Sverre Steen.
Bárbaros entre as tribos alemãs como os godos, os francos e os saxões converteram-se ao cristianismo. Os brutais Aucas, do Equador. Tribos de índios cruéis na própria América Latina converteram-se, bem como tribos africanas e em países do Oriente.
Codificação de idiomas
Muitos idiomas existentes hoje foram transcrições feitas por missionários cristãos para que os povos convertidos pudessem ler a Bíblia em suas línguas de origem. Isso ainda hoje acontece.
Educação para todos
Fornecendo a Bíblia no idioma do povo, os missionários promoviam a alfabetização em todo o mundo.
O cristianismo promoveu o conceito de educação para todos, fundando universidades com propósitos cristãos.
Pesquisa realizada no Século 20 em diversas nações do mundo sobre alfabetização:
Nações pagãs como China e Índia: 0 a 20% alfabetização
Nações com influência católica: 40 a 60% alfabetização
Nações com influência protestante: 94 a 99% alfabetização
As Universidades
Em Oxford, Paris e Bolonha, fundadas por volta de 1200d.C., a teologia cristã e os estudos canônicos eram os estudos mais importantes, seguidos do pensamento aristotélico e a lei civil.
Em Cambridge (Inglaterra): teologia cristã e lei civil.
Yale, Brown, Universidade de Nova York, Northwestern University têm raízes profundas no Cristianismo.
Harvard começou com a doação de dinheiro e de livros do Reverendo John Harvard.
Dartmouth foi fundada para treinar missionários para as Índias.
William and Mary foi criada “para que a fé cristã possa ser propagada”.
Nos primeiros anúncios do King’s College (1754), e que hoje é a Columbia University, lê-se: “O principal anseio desta instituição é ensinar e engajar as crianças no conhecimento de Deus, em Jesus Cristo.”
O presidente de Princeton, reverendo John Witherpoon, disse: “Maldito todo o ensinamento contrário à cruz de Cristo.”
No período dominado pelo ensino cristão o anafalbetismo nos EUA chegou a 0,4%. Com a rejeição do ensino cristão hoje existem cerca de 44 milhões de analfabetos e 50 milhões de semi-analfabetos, taxa próxima a da Zâmbia.
Poderíamos falar sobre graves problemas morais nas escolas:
Roubo
Assalto
Estupro
Gravidez na adolescência
Aborto
Suicídio
Homicídio
O impacto do Cristianismo na Economia
Fidel Castro admitiu que relutantemente que admirava muitos dos evangélicos de Cuba:
- eles trabalham duro
- são pontuais
- não burlam o sistema
* A religião hindu ensina que “não há porque mudar o mundo visível, já que ele é irreal”.
* O islamismo prega o fatalismo (tudo o que existe foi determinado por Alá). A iniciativa humana não pode alcançar absolutamente nada.
* O budismo prega que a vida é essencialmente má e não pode ser mudada.
* O cristianismo traz ensino claro sobre:
o dever de trabalhar
a participação dos ricos na assistência aos necessitados
o direito a propriedade privada
a aquisição de bens por meio de investimento
a admissão de funcionários e o modo como tratá-los
a projeção de um empreendimento
o dever de honrar os contratos etc.
Muitos escritores atribuem a prosperidade dos EUA ao fato de terem sido colonizados por cristãos, especialmente os calvinistas, que crêem que a prosperidade é uma eficiente maneira de testemunhar a eleição divina em suas vidas.
Contabilidade
Fra Luca Pacioli, o pai da contabilidade moderna escreveu Suma de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita (1494), que traz um capítulo sobre o método contábil de partida dobrada, que é a base da nossa contabilidade.
“Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido”
Em seu livro Summa escreveu que “as pessoas deveriam iniciar todas as suas transações comerciais em nome de Deus”.
* Historiadores como Max Weber e Ernst Troeltsch, contrários ao capitalismo e ao calvinismo, atribuíam a João Calvino a grande máquina motriz do capitalismo.
James Kennedy escreveu que, na América Latina, aqueles que se convertem ao cristianismo melhoram seus padrões de vida:
Deixam de beber
Abandonam as apostas em dinheiro e os jogos
Começam a trabalhar e a poupar para o futuro.
Tire suas próprias conclusões (e leia os primeiros posts sobre este tema)
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A liberdade civil e a liberdade de opinião são heranças cristãs. Veja você mesmo
Na Arábia Saudita jamais se ouve uma discussão se Maomé foi realmente o profeta de Alá.
Os muçulmanos convertidos ao cristianismo são sumariamente executados.
Salman Rushdie (autor de Versos Satânicos) ainda vive parcialmente escondido.
As liberdades civis estão nos mandamentos do AT:
Praticava pedofilia além de bater, ferir e assassinar garotos
Assassinou sua esposa por se opor a um romance extra-conjugal
Assassinou sua mãe pelo mesmo motivo
Por fim, assassinou sua amante
Iluminou 40 quilômetros da Via Ápia com corpos de cristãos em chamas
Esse era o governador do mundo naquela época.
Jesus e a civilização dos bárbaros
Em 1020d.C. os vikings (noruegueses) adotaram o cristianismo como sua lei:
“Ao mesmo tempo, antigas práticas se tornaram ilegais, como sacrifícios, magia negra, sacrifício de recém-nascidos, a escravidão e a poligamia”, escreveu Sverre Steen.
Bárbaros entre as tribos alemãs como os godos, os francos e os saxões converteram-se ao cristianismo. Os brutais Aucas, do Equador. Tribos de índios cruéis na própria América Latina converteram-se, bem como tribos africanas e em países do Oriente.
Codificação de idiomas
Muitos idiomas existentes hoje foram transcrições feitas por missionários cristãos para que os povos convertidos pudessem ler a Bíblia em suas línguas de origem. Isso ainda hoje acontece.
Educação para todos
Fornecendo a Bíblia no idioma do povo, os missionários promoviam a alfabetização em todo o mundo.
O cristianismo promoveu o conceito de educação para todos, fundando universidades com propósitos cristãos.
Pesquisa realizada no Século 20 em diversas nações do mundo sobre alfabetização:
Nações pagãs como China e Índia: 0 a 20% alfabetização
Nações com influência católica: 40 a 60% alfabetização
Nações com influência protestante: 94 a 99% alfabetização
As Universidades
Em Oxford, Paris e Bolonha, fundadas por volta de 1200d.C., a teologia cristã e os estudos canônicos eram os estudos mais importantes, seguidos do pensamento aristotélico e a lei civil.
Em Cambridge (Inglaterra): teologia cristã e lei civil.
Yale, Brown, Universidade de Nova York, Northwestern University têm raízes profundas no Cristianismo.
Harvard começou com a doação de dinheiro e de livros do Reverendo John Harvard.
Dartmouth foi fundada para treinar missionários para as Índias.
William and Mary foi criada “para que a fé cristã possa ser propagada”.
Nos primeiros anúncios do King’s College (1754), e que hoje é a Columbia University, lê-se: “O principal anseio desta instituição é ensinar e engajar as crianças no conhecimento de Deus, em Jesus Cristo.”
O presidente de Princeton, reverendo John Witherpoon, disse: “Maldito todo o ensinamento contrário à cruz de Cristo.”
No período dominado pelo ensino cristão o anafalbetismo nos EUA chegou a 0,4%. Com a rejeição do ensino cristão hoje existem cerca de 44 milhões de analfabetos e 50 milhões de semi-analfabetos, taxa próxima a da Zâmbia.
Poderíamos falar sobre graves problemas morais nas escolas:
Roubo
Assalto
Estupro
Gravidez na adolescência
Aborto
Suicídio
Homicídio
O impacto do Cristianismo na Economia
Fidel Castro admitiu que relutantemente que admirava muitos dos evangélicos de Cuba:
- eles trabalham duro
- são pontuais
- não burlam o sistema
* A religião hindu ensina que “não há porque mudar o mundo visível, já que ele é irreal”.
* O islamismo prega o fatalismo (tudo o que existe foi determinado por Alá). A iniciativa humana não pode alcançar absolutamente nada.
* O budismo prega que a vida é essencialmente má e não pode ser mudada.
* O cristianismo traz ensino claro sobre:
o dever de trabalhar
a participação dos ricos na assistência aos necessitados
o direito a propriedade privada
a aquisição de bens por meio de investimento
a admissão de funcionários e o modo como tratá-los
a projeção de um empreendimento
o dever de honrar os contratos etc.
Muitos escritores atribuem a prosperidade dos EUA ao fato de terem sido colonizados por cristãos, especialmente os calvinistas, que crêem que a prosperidade é uma eficiente maneira de testemunhar a eleição divina em suas vidas.
Contabilidade
Fra Luca Pacioli, o pai da contabilidade moderna escreveu Suma de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita (1494), que traz um capítulo sobre o método contábil de partida dobrada, que é a base da nossa contabilidade.
“Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido”
Em seu livro Summa escreveu que “as pessoas deveriam iniciar todas as suas transações comerciais em nome de Deus”.
* Historiadores como Max Weber e Ernst Troeltsch, contrários ao capitalismo e ao calvinismo, atribuíam a João Calvino a grande máquina motriz do capitalismo.
James Kennedy escreveu que, na América Latina, aqueles que se convertem ao cristianismo melhoram seus padrões de vida:
Deixam de beber
Abandonam as apostas em dinheiro e os jogos
Começam a trabalhar e a poupar para o futuro.
Tire suas próprias conclusões (e leia os primeiros posts sobre este tema)
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Uma proposta cristã, brasileira, pública e relevante
Muitos concordam sobre a necessidade de uma nova Reforma na Igreja; ao menos concordam sobre a necessidade de retomar o espírito da Reforma Protestante no tocante a uma teologia que contemple o indivíduo em suas atividades cotidianas. A Igreja precisa dialogar e ser relevante, dialogar com a sociedade e influenciá-la.
O rompimento com a hegemonia institucional da Igreja Romana projetou o indivíduo no seu relacionamento com o sagrado. Esse efeito, que não deve ser confundido com individualismo, não promoveu unicamente o indivíduo, antes, o indivíduo em sua manifestação e interação (diálogo) com o coletivo. A sua inserção na coletividade dá evidências do seu discernimento, porque o faz “ao redor da Palavra e dos Sacramentos” (cfme. Reforma, Teologia e Ética Social, Julio Paulo Tavares Zabatieiro).
A imersão do indivíduo no coletivo o levará ao que Zabatieiro chamou de teologia prática com caráter público, que ainda não foi amplamente elaborada. Na experiência norte-americana se promovia uma forma de “religião civil”; no Brasil o efeito foi o “clientelismo” nas relações com a coisa pública.
E o quê carece de renovação? A “teologia liberal” e o “fundamentalismo” partem de uma interpretação demasiado racionalista; esse último nega tal acusação, e a outra o faz em detrimento de outras “fontes, dimensões e ambientes”.
A “teologia é uma atividade espiritual”, mas a sua conceituação no contexto bíblico tem uma proposta clara: ajudar a resolver os problemas concretos que surgem no cotidiano (op.cit.). É necessário construir um paradigma para a sua aplicação nas práxis eclesial e social. Teologia não é apenas conceito, ideia, mas o remanejar seus conceitos.
Sendo a “palavra de Deus fonte principal do discernimento cristão” e “o Espírito Santo é aquele que nos abre à palavra”, temos o conceito fundamental e a indicação prática de uma teologia permeada pela espiritualidade, não emocionalista nem irrefletida. Ao contrário, elaborada conceitualmente com vistas à sua aplicação no dia a dia da Igreja, na coletividade. Isso é teologia prática.
Mas onde é que essa teologia prática encontra espaço para sua aplicação e legitimação? Nos escritórios, em vez de nas igrejas? Nas bibliotecas, em vez de nas comunidades? Diversos autores têm dado respostas convergentes a estas questões, e em linhas gerais esta teologia encontra eco quando é levada para as ruas, instituições, casas de leis, quando é libertada do seu cativeiro, quando cristãos saem da Igreja levando-a consigo. É na sua utilidade missional que a teologia e os conceitos por ela elaborados será validada. É na existência desse diálogo que a “teologia profissional” e os “teólogos vocacionados” encontrarão amparo seguro para a sua atividade e não “no papel de analistas da vida eclesial” (Zabatieiro). Vale a citaçao de John Mackay:
“A teologia não pode ser feita na sacada do prédio, mas no caminho”.
Essa teologia com um pé no laboratório e outro nas ruas tem sido chamada de teologia pública. É ela que dialoga com outras fontes e é feita como expressão do discernimento cristão. E vai além. Ela é pública e é universal, quando promove conceitos aplicáveis no contexto onde é elaborada e não descolada de seu ambiente de origem. Assim é que entendemos os diferentes matizes teológicos que foram produzidos, desde Jerusalém e Antioquia, desde Alexandria e Constantinopla e posteriormente na teologia europeia, na norte-americana e nos últimos anos na sua elaboração brasileira, das nossas demandas e da reflexão aplicada às necessidades do contexto latino-americano.
Se hoje o Brasil discute a sua própria teologia, “uma teologia brasileira”, não se deve considerar um equívoco, uma aberração tal pensamento. Ele é adequado e necessário. Aberração é a adoção de “medidas” que são aplicáveis noutros contextos sociais, políticos e econômicos. Aberração é a proposta imediatista e pragmática importada, que se impõe às nossas comunidades, mas não muda a nossa realidade. E é certo que, em breve, veremos também os campos africanos produzindo a sua própria teologia prática, pois o protestantismo de missão em nosso solo tem concentrado seus esforços para alcançar aqueles povos, evidência que os princípios da Reforma semeados por aqui já têm produzido os seus frutos.
Siga-me no Twetter: @magnopaganelli
O rompimento com a hegemonia institucional da Igreja Romana projetou o indivíduo no seu relacionamento com o sagrado. Esse efeito, que não deve ser confundido com individualismo, não promoveu unicamente o indivíduo, antes, o indivíduo em sua manifestação e interação (diálogo) com o coletivo. A sua inserção na coletividade dá evidências do seu discernimento, porque o faz “ao redor da Palavra e dos Sacramentos” (cfme. Reforma, Teologia e Ética Social, Julio Paulo Tavares Zabatieiro).
A imersão do indivíduo no coletivo o levará ao que Zabatieiro chamou de teologia prática com caráter público, que ainda não foi amplamente elaborada. Na experiência norte-americana se promovia uma forma de “religião civil”; no Brasil o efeito foi o “clientelismo” nas relações com a coisa pública.
E o quê carece de renovação? A “teologia liberal” e o “fundamentalismo” partem de uma interpretação demasiado racionalista; esse último nega tal acusação, e a outra o faz em detrimento de outras “fontes, dimensões e ambientes”.
A “teologia é uma atividade espiritual”, mas a sua conceituação no contexto bíblico tem uma proposta clara: ajudar a resolver os problemas concretos que surgem no cotidiano (op.cit.). É necessário construir um paradigma para a sua aplicação nas práxis eclesial e social. Teologia não é apenas conceito, ideia, mas o remanejar seus conceitos.
Sendo a “palavra de Deus fonte principal do discernimento cristão” e “o Espírito Santo é aquele que nos abre à palavra”, temos o conceito fundamental e a indicação prática de uma teologia permeada pela espiritualidade, não emocionalista nem irrefletida. Ao contrário, elaborada conceitualmente com vistas à sua aplicação no dia a dia da Igreja, na coletividade. Isso é teologia prática.
Mas onde é que essa teologia prática encontra espaço para sua aplicação e legitimação? Nos escritórios, em vez de nas igrejas? Nas bibliotecas, em vez de nas comunidades? Diversos autores têm dado respostas convergentes a estas questões, e em linhas gerais esta teologia encontra eco quando é levada para as ruas, instituições, casas de leis, quando é libertada do seu cativeiro, quando cristãos saem da Igreja levando-a consigo. É na sua utilidade missional que a teologia e os conceitos por ela elaborados será validada. É na existência desse diálogo que a “teologia profissional” e os “teólogos vocacionados” encontrarão amparo seguro para a sua atividade e não “no papel de analistas da vida eclesial” (Zabatieiro). Vale a citaçao de John Mackay:
“A teologia não pode ser feita na sacada do prédio, mas no caminho”.
Essa teologia com um pé no laboratório e outro nas ruas tem sido chamada de teologia pública. É ela que dialoga com outras fontes e é feita como expressão do discernimento cristão. E vai além. Ela é pública e é universal, quando promove conceitos aplicáveis no contexto onde é elaborada e não descolada de seu ambiente de origem. Assim é que entendemos os diferentes matizes teológicos que foram produzidos, desde Jerusalém e Antioquia, desde Alexandria e Constantinopla e posteriormente na teologia europeia, na norte-americana e nos últimos anos na sua elaboração brasileira, das nossas demandas e da reflexão aplicada às necessidades do contexto latino-americano.
Se hoje o Brasil discute a sua própria teologia, “uma teologia brasileira”, não se deve considerar um equívoco, uma aberração tal pensamento. Ele é adequado e necessário. Aberração é a adoção de “medidas” que são aplicáveis noutros contextos sociais, políticos e econômicos. Aberração é a proposta imediatista e pragmática importada, que se impõe às nossas comunidades, mas não muda a nossa realidade. E é certo que, em breve, veremos também os campos africanos produzindo a sua própria teologia prática, pois o protestantismo de missão em nosso solo tem concentrado seus esforços para alcançar aqueles povos, evidência que os princípios da Reforma semeados por aqui já têm produzido os seus frutos.
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E se Jesus não tivesse nascido (2)
Fiz o primeiro post sobre a relevância e influência positiva do Cristianismo através dos séculos; leia-se importância ou influência da perspectiva da vida e obra de Jesus. No primeiro artigo tratei das artes, pintura, literatura e música. Neste segundo, o espectro contemplado são as áreas da ciência e medicina. Certamente nosso mundo seria bem mais doente, como pode ser visto.
A CIÊNCIA MODERNA
A ciência jamais poderia ter surgido entre os animistas da África Central ou do Sul ou de outras partes do mundo, porque suas crenças jamais permitiriam fazer experiências com o mundo natural, por acreditarem que o mundo natural está povoado de espíritos vivos de deuses ou ancestrais. A ciência também não poderia ter sido originada na Índia, entre os indus, ou na China, entre os budistas, porque ambos ensinam que o mundo físico é irreal, e que a única realidade é o mundo espiritual.
O homem que recebeu o crédito pelo desenvolvimento do método científico foi Francis Bacon, que disse:
“Existem dois livros diante de nós para serem estudados e impedir que caiamos no erro; o primeiro é o livro das Escrituras, que revela a vontade de Deus; o segundo é o livro das criaturas, que manifesta o poder de Deus.”
Pioneiros da Ciência:
Johannes Kepler (1571-1630), astrônomo. Ele disse que o cientista que estuda a natureza “está pensando os pensamentos de Deus depois dele”. E ainda: “Uma vez que nós, os astrônomos, somos sacerdotes do grande Deus no que se refere ao livro da natureza, nos será de grande benefício refletirmos, não sobre a glória da nossa mente, mas acima de tudo, sobre a glória de Deus”.
Blaise Pascal (1623-1662), matemático e cientista. Escreveu um clássico devocional cristão, Pensées, onde lemos: “A fé nos diz o que os sentidos não percebem, mas em contradizer suas percepções. Ela apenas transcende, sem contradizer”. Ele fez uma cativante defesa do cristianismo: “Jesus Cristo é a única prova do Deus vivo. Nós só conhecemos a Deus por intermédio de Jessu Cristo.”
Isaac Newton (1642-1727), cientista. “O belíssimo sistema do sol, planetas e cometas, só poderia provir da vontade e do controle de um Ser inteligente e poderoso.”
Newton disse mais: “Tenho uma crença fundamental na Bíblia como a Palavra de Deus, escrita por homens que foram inspirados. Estudo a Bíblia diariamente.”
Sobre a incredulidade: “O ateísmo é completamente sem sentido. Quando olho para o sistema solar, vejo a terra na distância correta do sol para receber a quantidade de luz e calor apropriados. Isso não aconteceu por acaso.”
A Bíblia não contradiz a ciência honesta. Ela fornece a sua base e a confirma. Alguns destacados cientistas que criam na Bíblia e fundaram os seguintes ramos da ciência:
Cirurgia anti-séptica. Joseph Lister
Bacteriologia, Louis Pasteur
Cálculo, Isaac Newton
Mecânica espacial, Johannes Kepler
Química, Robert Boyle
Anatomia comparativa, Georges Cuvier
Ciência da computação, Charles Babbage
Análise dimensional, Lord Rayleigh
Dinâmica, Isaac Newton
Eletrônica, John Ambrose Fleming
Eletrodinâmica, James Clerk Maxwell
Eletromagnetismo, Michael Faraday
Energética, Lord Kelvin
Entomologia de insetos vivos, Henri Fabre
Teoria de campo, Michael Faraday
Mecânica dos fluídos, George Stokes
Astronomia galáctica, William Herschel
Dinâmica dos gases, Robert Boyle
Genética, Gregor Mendel
Geologia glacial, Louis Agassiz
Ginecologia, James Simpson
Hidrologia, Matthew Maury
Hidrostática, Blaise Pascal
Ictiologia, Louis Agassiz
Química isotópica, William Tamsey
Análise de modelos, Lord Rayleigh
História natural, John Ray
Geometria não-euclideana, Bernard Riemann
Oceanografia, Matthew Maury
Mineralogia ótica, David Brewster
A ciência médica:
John Jefferson Davis escreveu que “no Império romano pré-cristão, os hospitais existiam somente para soldados, gladiadores e escravos.” Os demais cidadãos ficavam à mercê do Império.
Em 325, o Concílio Cristão de Nicéia decretou que hospitais fossem fundados em todos os locais onde a igreja estivesse estabelecida. Basílio de Cesaréia (c. 329-379) possui o crédito de ter fundado o primeiro hospital cristão que enfocava o auxílio aos doentes e possuía leitos para cada tipo de infecção, além de um leprosário.
O mais antigo hospital do Ocidente ainda em atividade é o Hospital Jesus de Nazaré, na Cidade do México, fundado por Cortez em 1524.
Durante a Revolução Francesa, no final do século 18, quando houve uma revolta contra os cristãos, o sistema hospitalar praticamente se decompôs: um terço dos hospitais parou de operar.
O reformador Vicente de Paulo (1581-1660), co-fundador da ordem Irmãs da Caridade, disse às irmãs: “Vocês devem sair e achar o doente pobre. Vocês farão o que o nosso Senhor fez, ir de cidade em cidade e curar a todos os que encontrarem”.
No século 19, Henry Dunant (1828-1910), um evangélico, iniciou um dos maiores movimentos humanitários da história: a Cruz Vermelha Internacional, que hoje está presente em mais de 145 nações. Fundou também a Associação Cristã de Moços, em Genebra, em 1850.
Ainda hoje a origem cristã dos hospitais é demonstrada por seus nomes: Hospital Samaritano, Hospital São Luiz, Santa Casa de Misericórdia, Hospital Santa Joana, Hospital São Paulo, Cruz Vermelha entre outros.
Se a medicina preventiva é largamente difundida e proveitosa ao extremo, deve-se a mentes cristãs. O cristianismo e os ensinos de Jesus têm auxiliado a evitar doenças e epidemias, com o abandono de vícios, como o fumo, as bebidas, as drogas e o sexo promíscuo.
Só uma mente alienada e intolerante não reconhece isso.
Siga-me no Tweeter: @magnopaganelli
A CIÊNCIA MODERNA
A ciência jamais poderia ter surgido entre os animistas da África Central ou do Sul ou de outras partes do mundo, porque suas crenças jamais permitiriam fazer experiências com o mundo natural, por acreditarem que o mundo natural está povoado de espíritos vivos de deuses ou ancestrais. A ciência também não poderia ter sido originada na Índia, entre os indus, ou na China, entre os budistas, porque ambos ensinam que o mundo físico é irreal, e que a única realidade é o mundo espiritual.
O homem que recebeu o crédito pelo desenvolvimento do método científico foi Francis Bacon, que disse:
“Existem dois livros diante de nós para serem estudados e impedir que caiamos no erro; o primeiro é o livro das Escrituras, que revela a vontade de Deus; o segundo é o livro das criaturas, que manifesta o poder de Deus.”
Pioneiros da Ciência:
Johannes Kepler (1571-1630), astrônomo. Ele disse que o cientista que estuda a natureza “está pensando os pensamentos de Deus depois dele”. E ainda: “Uma vez que nós, os astrônomos, somos sacerdotes do grande Deus no que se refere ao livro da natureza, nos será de grande benefício refletirmos, não sobre a glória da nossa mente, mas acima de tudo, sobre a glória de Deus”.
Blaise Pascal (1623-1662), matemático e cientista. Escreveu um clássico devocional cristão, Pensées, onde lemos: “A fé nos diz o que os sentidos não percebem, mas em contradizer suas percepções. Ela apenas transcende, sem contradizer”. Ele fez uma cativante defesa do cristianismo: “Jesus Cristo é a única prova do Deus vivo. Nós só conhecemos a Deus por intermédio de Jessu Cristo.”
Isaac Newton (1642-1727), cientista. “O belíssimo sistema do sol, planetas e cometas, só poderia provir da vontade e do controle de um Ser inteligente e poderoso.”
Newton disse mais: “Tenho uma crença fundamental na Bíblia como a Palavra de Deus, escrita por homens que foram inspirados. Estudo a Bíblia diariamente.”
Sobre a incredulidade: “O ateísmo é completamente sem sentido. Quando olho para o sistema solar, vejo a terra na distância correta do sol para receber a quantidade de luz e calor apropriados. Isso não aconteceu por acaso.”
A Bíblia não contradiz a ciência honesta. Ela fornece a sua base e a confirma. Alguns destacados cientistas que criam na Bíblia e fundaram os seguintes ramos da ciência:
Cirurgia anti-séptica. Joseph Lister
Bacteriologia, Louis Pasteur
Cálculo, Isaac Newton
Mecânica espacial, Johannes Kepler
Química, Robert Boyle
Anatomia comparativa, Georges Cuvier
Ciência da computação, Charles Babbage
Análise dimensional, Lord Rayleigh
Dinâmica, Isaac Newton
Eletrônica, John Ambrose Fleming
Eletrodinâmica, James Clerk Maxwell
Eletromagnetismo, Michael Faraday
Energética, Lord Kelvin
Entomologia de insetos vivos, Henri Fabre
Teoria de campo, Michael Faraday
Mecânica dos fluídos, George Stokes
Astronomia galáctica, William Herschel
Dinâmica dos gases, Robert Boyle
Genética, Gregor Mendel
Geologia glacial, Louis Agassiz
Ginecologia, James Simpson
Hidrologia, Matthew Maury
Hidrostática, Blaise Pascal
Ictiologia, Louis Agassiz
Química isotópica, William Tamsey
Análise de modelos, Lord Rayleigh
História natural, John Ray
Geometria não-euclideana, Bernard Riemann
Oceanografia, Matthew Maury
Mineralogia ótica, David Brewster
A ciência médica:
John Jefferson Davis escreveu que “no Império romano pré-cristão, os hospitais existiam somente para soldados, gladiadores e escravos.” Os demais cidadãos ficavam à mercê do Império.
Em 325, o Concílio Cristão de Nicéia decretou que hospitais fossem fundados em todos os locais onde a igreja estivesse estabelecida. Basílio de Cesaréia (c. 329-379) possui o crédito de ter fundado o primeiro hospital cristão que enfocava o auxílio aos doentes e possuía leitos para cada tipo de infecção, além de um leprosário.
O mais antigo hospital do Ocidente ainda em atividade é o Hospital Jesus de Nazaré, na Cidade do México, fundado por Cortez em 1524.
Durante a Revolução Francesa, no final do século 18, quando houve uma revolta contra os cristãos, o sistema hospitalar praticamente se decompôs: um terço dos hospitais parou de operar.
O reformador Vicente de Paulo (1581-1660), co-fundador da ordem Irmãs da Caridade, disse às irmãs: “Vocês devem sair e achar o doente pobre. Vocês farão o que o nosso Senhor fez, ir de cidade em cidade e curar a todos os que encontrarem”.
No século 19, Henry Dunant (1828-1910), um evangélico, iniciou um dos maiores movimentos humanitários da história: a Cruz Vermelha Internacional, que hoje está presente em mais de 145 nações. Fundou também a Associação Cristã de Moços, em Genebra, em 1850.
Ainda hoje a origem cristã dos hospitais é demonstrada por seus nomes: Hospital Samaritano, Hospital São Luiz, Santa Casa de Misericórdia, Hospital Santa Joana, Hospital São Paulo, Cruz Vermelha entre outros.
Se a medicina preventiva é largamente difundida e proveitosa ao extremo, deve-se a mentes cristãs. O cristianismo e os ensinos de Jesus têm auxiliado a evitar doenças e epidemias, com o abandono de vícios, como o fumo, as bebidas, as drogas e o sexo promíscuo.
Só uma mente alienada e intolerante não reconhece isso.
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sábado, 22 de outubro de 2011
Meus 20 anos na Assembleia de Deus Bom Retiro
Estou virando uma longa e importante página da minha vida. No último sábado, dia 22 de outubro, após uma tranqüila reunião com o Pr. Jabes, desliguei-me oficialmente da denominação onde, desde a minha conversão, em agosto de 1991, aos vinte e quatro anos de idade, eu fui discipulado até chegar a funções pastorais e de ensino.
Na ADBR eu fui recebido para ser cuidado pelo Pr. Orlando Silva, que na ocasião estava à frente da Missão Brilho Celeste, braço paraeclesiástico da Igreja, que atuava no ministério de espiritualidade. Por algum tempo também fui discipulado pelo então pastor de jovens, o hoje Pr. Marcos Rodrigues, que hoje dirige a filial em Mogi das Cruzes-SP.
Anos depois, fui indicado pelo Pr. Jeiel Braga ao pastorado, tendo sido ordenado em junho de 1996 pelo Pr. Daniel Costa, que na ocasião assumia interinamente o ministério enquanto o Pr. Jabes de Alencar residia e desenvolvia seu ministério temporariamente nos EUA. Naquele ano, juntamente com o Pr. Gildásio, inauguramos e iníciamos a filial do bairro Casa Verde, em São Paulo. Os três anos que estive na Casa Verde foram os mais intensos no meu ministério. A igreja existe ainda hoje e conta com algumas centenas de membros.
Em 1999 retornei à sede, onde estive com o Pr. Daniel Costa no trabalho da Escola de Treinamento de Ministério por um ano.
Depois, de 2003 a 2005 atuei ao lado do Pr. Rubinho no ministério com os jovens, quando a Igreja contava cerca quinhentos deles em seu departamento. Foi um período de aprendizado para mim.
Mais à frente, em 2005, assumi uma classe na EBD, na gestão do Pr. Abraham Marcus. Depois, sob supervisão do Pr. Marcio Cilas de Gregório, servi na EBD como consultor teológico, braço da Superintendência, a qual vim assumir em agosto de 2009, depois de seis meses interinamente. Admito ter sido o período que mais me dediquei, pois já com mais maturidade, podia dedicar-me ao que entendo ser meu ministério, o ensino. Foi na EBD que minhas raízes se aprofundaram com maior vigor, tanto no desenvolvimento e contribuição à igreja local, quanto no relacionamento e nas amizades que pude fazer e manter. Sou devedor a cada um dos professores, secretários e alunos. Vocês têm ensinado por meio do seu comportamento e dedicação. Quero destacar o apoio incondicional de cada professor e dos secretários, Ananias e Abigail, Welbe e Leiliane. Sou devedor a vocês.
Na ADBR não tive problemas pessoais com qualquer dos irmãos, os quais tenho em meu coração, todos eles. Alguns mudaram-se de nossa igreja, mas todos serão sempre a minha família espiritual.
Destaco o nome do Pr. Aécio Ribeiro Filho, para mim um exemplo e referência como cidadão, como cristão, pai, pastor, estudioso. Pessoa brilhante, daquelas que, se fosse possível reproduzir várias cópias, teríamos um mundo melhor.
Quero destacar, também, o Pr. Jabes de Alencar, pelo que representa no cenário evangélico nacional e, mais importante, pelo ministerio iniciado há trinta anos (completados neste 2011), o qual deu e tem dado oportunidade a milhares de conversões, dentre as quais a minha. Admito que pude aprender muito com a sua postura no púlpito, de onde extraí exemplos, conceitos e a visão. Como liderado que fui pelo seu pastorado, posso dizer que muito do que é dito contra a sua pessoa não condiz com a verdade, e eu sei muito bem, pois por vinte anos estive com ele. Nossas diferenças de metodologia são menores do que nossas convicções, ou nas suas palavras, "o que nos une é maior do que o que nos separa".
Certamente estou cometendo injustiças, deixando de fora outros nomes importantes de pessoas próximas. Mas a todos, membros, lideranças locais e das filiais, os diáconos e diaconisas, amigos, irmãos e companheiros, a minha sincera gratidão pelo carinho, pela atenção e pela paciência de todos comigo, com minha esposa Roseli e com meu filhote Magninho. Nos separamos temporariamente na esperança de sermos reunidos em breve. Essa é a nossa carreira e vamos vencê-la, todos nós.
Que o Criador continue orientando e abençoando-nos sempre e em todas as coisas.
Pr. Magno Paganelli e família.
Na ADBR eu fui recebido para ser cuidado pelo Pr. Orlando Silva, que na ocasião estava à frente da Missão Brilho Celeste, braço paraeclesiástico da Igreja, que atuava no ministério de espiritualidade. Por algum tempo também fui discipulado pelo então pastor de jovens, o hoje Pr. Marcos Rodrigues, que hoje dirige a filial em Mogi das Cruzes-SP.
Anos depois, fui indicado pelo Pr. Jeiel Braga ao pastorado, tendo sido ordenado em junho de 1996 pelo Pr. Daniel Costa, que na ocasião assumia interinamente o ministério enquanto o Pr. Jabes de Alencar residia e desenvolvia seu ministério temporariamente nos EUA. Naquele ano, juntamente com o Pr. Gildásio, inauguramos e iníciamos a filial do bairro Casa Verde, em São Paulo. Os três anos que estive na Casa Verde foram os mais intensos no meu ministério. A igreja existe ainda hoje e conta com algumas centenas de membros.
Em 1999 retornei à sede, onde estive com o Pr. Daniel Costa no trabalho da Escola de Treinamento de Ministério por um ano.
Depois, de 2003 a 2005 atuei ao lado do Pr. Rubinho no ministério com os jovens, quando a Igreja contava cerca quinhentos deles em seu departamento. Foi um período de aprendizado para mim.
Mais à frente, em 2005, assumi uma classe na EBD, na gestão do Pr. Abraham Marcus. Depois, sob supervisão do Pr. Marcio Cilas de Gregório, servi na EBD como consultor teológico, braço da Superintendência, a qual vim assumir em agosto de 2009, depois de seis meses interinamente. Admito ter sido o período que mais me dediquei, pois já com mais maturidade, podia dedicar-me ao que entendo ser meu ministério, o ensino. Foi na EBD que minhas raízes se aprofundaram com maior vigor, tanto no desenvolvimento e contribuição à igreja local, quanto no relacionamento e nas amizades que pude fazer e manter. Sou devedor a cada um dos professores, secretários e alunos. Vocês têm ensinado por meio do seu comportamento e dedicação. Quero destacar o apoio incondicional de cada professor e dos secretários, Ananias e Abigail, Welbe e Leiliane. Sou devedor a vocês.
Na ADBR não tive problemas pessoais com qualquer dos irmãos, os quais tenho em meu coração, todos eles. Alguns mudaram-se de nossa igreja, mas todos serão sempre a minha família espiritual.
Destaco o nome do Pr. Aécio Ribeiro Filho, para mim um exemplo e referência como cidadão, como cristão, pai, pastor, estudioso. Pessoa brilhante, daquelas que, se fosse possível reproduzir várias cópias, teríamos um mundo melhor.
Quero destacar, também, o Pr. Jabes de Alencar, pelo que representa no cenário evangélico nacional e, mais importante, pelo ministerio iniciado há trinta anos (completados neste 2011), o qual deu e tem dado oportunidade a milhares de conversões, dentre as quais a minha. Admito que pude aprender muito com a sua postura no púlpito, de onde extraí exemplos, conceitos e a visão. Como liderado que fui pelo seu pastorado, posso dizer que muito do que é dito contra a sua pessoa não condiz com a verdade, e eu sei muito bem, pois por vinte anos estive com ele. Nossas diferenças de metodologia são menores do que nossas convicções, ou nas suas palavras, "o que nos une é maior do que o que nos separa".
Certamente estou cometendo injustiças, deixando de fora outros nomes importantes de pessoas próximas. Mas a todos, membros, lideranças locais e das filiais, os diáconos e diaconisas, amigos, irmãos e companheiros, a minha sincera gratidão pelo carinho, pela atenção e pela paciência de todos comigo, com minha esposa Roseli e com meu filhote Magninho. Nos separamos temporariamente na esperança de sermos reunidos em breve. Essa é a nossa carreira e vamos vencê-la, todos nós.
Que o Criador continue orientando e abençoando-nos sempre e em todas as coisas.
Pr. Magno Paganelli e família.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Confiar, uma atitude racional
“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas.” (Pv 3.5,6)
Você já parou para pensar sobre a validade e a importância deste versículo? E mais: já imaginou como seria a sua aplicação em nossos dias, tão marcados pela desconfiança?
O que é confiar da perspectiva que a Bíblia apresenta? É preciso definir. Confiar, no ambiente cristão, é um imperativo afirmativo. Segundo os nossos dicionários, confiar é ter confiança; fiar; ter fé; acreditar; pôr esperança em.
No texto lido de Provérbios, confiar é um mandamento, não uma opção. É preciso, portanto, assentar bases sólidas para haver confiança.
O texto não propõe uma confiança RACIONAL, no MEU entendimento, mas RACIONAL e EMOCIONALMENTE, “no Senhor”. O centro e alicerce da Igreja é o Senhor. As vias de tal confiança, no entanto, não são as da razão, mas do coração.
Por outro lado, Paulo (Rm 12.1,2) fala do “culto racional” como meio de provar a vontade de Deus em nosso favor, “amoldar-se”.
Como é o meu “entendimento racional” conforme a Bíblia o descreve? Nós não temos entendimento à altura das coisas de Deus; nós não compreendemos as coisas do alto como elas realmente são. Então surgiria a dúvida se a Bíblia incentiva a fé cega. Sim ou não? Não. – Mas como, se não entendo à altura e mesmo assim devo confiar? Quais as bases dessa confiança?
A fé bíblica e cristã, apóia-se em evidências, em testemunho e nos resultados. O texto de Provérbios diz: “Ele endireita as suas veredas” (v. 6b). Quando Jesus chama os apóstolos pescadores às margens do Mar da Galileia, ele já era um pregador conhecido e um operador de milagres famoso na região. Eles abandonaram imediatamente suas redes não para seguirem cegamente um pregador eloquente, mas porque Jesus era alguém de quem já tinham testemunho e conhecimento. Por isso eles abandonaram tudo para segui-lo.
Por outro lado, a Bíblia não incentiva ninguém a confiar “no Salvador” apenas, mas a confiança deve ser depositada “no Senhor”. Não é a mesma coisa? Não, exatamente. Quem tem a Jesus somente como Salvador, normalmente não tem a vida em ordem. É preciso reconhecê-lo como Senhor de nossas vidas em cada um de seus aspectos. Os nomes revelados de Deus revelam aspectos daquilo que fez e deixou como exemplo a ser seguido.
Ele é Senhor em que áreas? Onde? “Em todos os teus caminhos”, responde o texto. A aplicação do senhorio de Jesus em nossas vidas porá em “ordem todos os meus caminhos”.
Em Colossenses 3.18-24 vemos que Paulo fala de “todos os caminhos” ou todas as áreas de convivência humana e finalmente prorrompe num “tudo o que fizerem, façam como ao Senhor”. Só assim cada um de nós verá o que, “pela fé”, confiamos que seria feito ou que aconteceria quando submetemos nossa vida “ao Senhor”.
Siga-me no Tweeter: @magnopaganelli
Você já parou para pensar sobre a validade e a importância deste versículo? E mais: já imaginou como seria a sua aplicação em nossos dias, tão marcados pela desconfiança?
O que é confiar da perspectiva que a Bíblia apresenta? É preciso definir. Confiar, no ambiente cristão, é um imperativo afirmativo. Segundo os nossos dicionários, confiar é ter confiança; fiar; ter fé; acreditar; pôr esperança em.
No texto lido de Provérbios, confiar é um mandamento, não uma opção. É preciso, portanto, assentar bases sólidas para haver confiança.
O texto não propõe uma confiança RACIONAL, no MEU entendimento, mas RACIONAL e EMOCIONALMENTE, “no Senhor”. O centro e alicerce da Igreja é o Senhor. As vias de tal confiança, no entanto, não são as da razão, mas do coração.
Por outro lado, Paulo (Rm 12.1,2) fala do “culto racional” como meio de provar a vontade de Deus em nosso favor, “amoldar-se”.
Como é o meu “entendimento racional” conforme a Bíblia o descreve? Nós não temos entendimento à altura das coisas de Deus; nós não compreendemos as coisas do alto como elas realmente são. Então surgiria a dúvida se a Bíblia incentiva a fé cega. Sim ou não? Não. – Mas como, se não entendo à altura e mesmo assim devo confiar? Quais as bases dessa confiança?
A fé bíblica e cristã, apóia-se em evidências, em testemunho e nos resultados. O texto de Provérbios diz: “Ele endireita as suas veredas” (v. 6b). Quando Jesus chama os apóstolos pescadores às margens do Mar da Galileia, ele já era um pregador conhecido e um operador de milagres famoso na região. Eles abandonaram imediatamente suas redes não para seguirem cegamente um pregador eloquente, mas porque Jesus era alguém de quem já tinham testemunho e conhecimento. Por isso eles abandonaram tudo para segui-lo.
Por outro lado, a Bíblia não incentiva ninguém a confiar “no Salvador” apenas, mas a confiança deve ser depositada “no Senhor”. Não é a mesma coisa? Não, exatamente. Quem tem a Jesus somente como Salvador, normalmente não tem a vida em ordem. É preciso reconhecê-lo como Senhor de nossas vidas em cada um de seus aspectos. Os nomes revelados de Deus revelam aspectos daquilo que fez e deixou como exemplo a ser seguido.
Ele é Senhor em que áreas? Onde? “Em todos os teus caminhos”, responde o texto. A aplicação do senhorio de Jesus em nossas vidas porá em “ordem todos os meus caminhos”.
Em Colossenses 3.18-24 vemos que Paulo fala de “todos os caminhos” ou todas as áreas de convivência humana e finalmente prorrompe num “tudo o que fizerem, façam como ao Senhor”. Só assim cada um de nós verá o que, “pela fé”, confiamos que seria feito ou que aconteceria quando submetemos nossa vida “ao Senhor”.
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E se Jesus não tivesse nascido? (1)
O Cristianismo deu alguma contribuição ao mundo nos últimos 2000 anos? O Dr. James Kennedy respondeu a esta questão com um dos livros que mais me inspira (e que dá título a este post). Como o livro está esgotado, quero compartilhar com você, leitor, o prazer de alguns pontos do livro
“O Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo. Embora seja a menor dentre todas as sementes, quando cresce torna-se a maior das hortaliças e se transforma numa árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos.” (Mt 13.32,32)
Contribuições positivas do Cristianismo no decorrer dos séculos
• O surgimento dos hospitais na Idade Média. em trânsito.
• A maioria das grandes universidades foram fundadas por cristãos.
• A alfabetização e o ensino para o povo
• O capitalismo e a iniciativa privada
• O governo representativo em alguns países
• A separação dos poderes políticos
• Os direitos civis
• A abolição da escravatura na Antigüidade e nos últimos séculos
• A ciência moderna
• A valorização das mulheres
• A condenação do adultério e do homossexualismo e outras perversões sexuais que ajudou a preservar a muitos de epidemias e do sofrimento
• A civilização de povos bárbaros
• Maior desenvolvimento da arte e da música
• A restauração de inúmeras vidas ao convívio normal dentro da sociedade
Jesus e as artes
“Então Moisés chamou Bezalel e Aoliabe e todos os homens capazes a quem o SENHOR dera habilidade.” (Ex 36.2)
RENASCENÇA
“Study of Praying Hands”, xilogravura de Albrecht Dürer (1471-1528), artista cristão alemão
Michelangelo (1475-1564).
Estátuas: Davi, Moisés, Pietá.
A Capela Sistina.
Trabalhos que ainda hoje inspiram milhões de pessoas.
Rafael (1483-1520). Sua maior obra era de cunho cristão. Fez cerca de 300 representações de Maria.
Leonardo da Vinci (1452-1519)
Pinturas: A Última Ceia, São João Batista, Anunciação, A Madona e a Criança, A Adoração dos Magos
A arte moderna despreza a influência de temas cristãos e o que temos, muitas vezes no modernismo, são representações do “nada”.
LITERATURA
William Shakespeare (1564-1616).
Ernest Marshall Howse escreveu "Os valores espirituais em Shakespeare".
George Morrison escreveu "Cristo em Sheakespeare"
John Milton (1608-1674)
O paraíso perdido
O paraíso reconquistado
Charles Dickens (1812-1870) escreveu que “a maior história de toda a literatura era a parábola de Jesus sobre o filho pródigo”.
Ele escreveu Canção de Natal, uma parábola sobre a conversão cristã e seu último livro A vida de nosso Senhor, que escreveu para ensinar seus filhos sobre Jesus.
Temos ainda: Hans Christian Andersen, Leo Toltói, Fiódor Dostioévski, T. S. Eliot, C S Lewis, J R R Tolkien, Flanneru O’Connor entre outros.
MÚSICA
Monge Guido de Arezzo (c. 995 c. 1050): pai da moderna anotação musical.
Ele criou um dispositivo mnemônico para ensinar as notas musicais por meio de um hino conhecido, Ut quean laxis:
UT queant laxis REsonare fibris
Mire gestorum FAmuli tuorum
SOLve pollutis LAbiis reatum
Sancte Iohannes
As sílabas iniciais das palavras tornaram-se os nomes das notas: ut, re, um, fá, sol e lá.
Ainda hoje se usa esse sistema, apenas com a substituição do “ut” pelo “dó” e pelo acréscimo do “lá”.
Devido a Guido de Arezzo, o século XI foi o divisor de águas, que tornou a música ocidental diferente de todas as outras músicas do mundo.
• Com a notação musical foi possível compor
• A música passou a ser escrita e ensinada a partir de uma partitura
• Ordem, regras e lógica (teoria musical) vieram logo a pós a notação
• Possibilitou o desenvolvimento da polifonia (mais de uma melodia executada ao mesmo tempo) e da harmonia
A igreja continuou a desenvolver a música na Idade Média, com os maestros de coral da Catedral de Notre Dame em Paris (séc. XIII). As notações tornaram-se mais precisas quanto ao tom e ao ritmo.
De lá veio o moteto, início da harmonia em quatro partes – soprano, contralto, tenor e baixo e os arranjos de duas, três e até quatro partes.
PERÍODO BARROCO
Alcançou seu apogeu com Johann Sebastian Bach (1685-1750) e George Frideric Handel (1685-1759)
Um sacerdote católico, Antônio Vivaldi (c. 1680-1741) era o mestre do barroco italiano.
Bach era cristão em sua essência, luterano ortodoxo.
Em seus manuscritos são observadas anotações em “desacordo”, letras fora do contexto, como “S.D.G.” (Soli Deo Gloria) e “J.J. (Jesu Juban – “Ajude-me Jesus”), “I.N.J. (In Nomine Jesu – “Em nome de Jesus”).
Bach criou a escala “bem afinada”, que de qualquer ponto do piano ou órgão, a partir de qualquer nota, podia-se começar uma escala.
Um crítico escreveu: “Bach é para a música o que Shakespeare é para a literatura”. Ambos foram cristãos.
NO CINEMA
Alguns dos maiores clássicos do cinema tiveram temas ou personagens cristãos:
Ben-Hur (que ganhou mais Orcars que qualquer outros filme na história)
A felicidade não se compra
Sindicato dos ladrões
A noviça rebelde
O homem que não vendeu sua alma
Carruagens de fogo
A paixão de Cristo.
Pense nisso.
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“O Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo. Embora seja a menor dentre todas as sementes, quando cresce torna-se a maior das hortaliças e se transforma numa árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos.” (Mt 13.32,32)
Contribuições positivas do Cristianismo no decorrer dos séculos
• O surgimento dos hospitais na Idade Média. em trânsito.
• A maioria das grandes universidades foram fundadas por cristãos.
• A alfabetização e o ensino para o povo
• O capitalismo e a iniciativa privada
• O governo representativo em alguns países
• A separação dos poderes políticos
• Os direitos civis
• A abolição da escravatura na Antigüidade e nos últimos séculos
• A ciência moderna
• A valorização das mulheres
• A condenação do adultério e do homossexualismo e outras perversões sexuais que ajudou a preservar a muitos de epidemias e do sofrimento
• A civilização de povos bárbaros
• Maior desenvolvimento da arte e da música
• A restauração de inúmeras vidas ao convívio normal dentro da sociedade
Jesus e as artes
“Então Moisés chamou Bezalel e Aoliabe e todos os homens capazes a quem o SENHOR dera habilidade.” (Ex 36.2)
RENASCENÇA
“Study of Praying Hands”, xilogravura de Albrecht Dürer (1471-1528), artista cristão alemão
Michelangelo (1475-1564).
Estátuas: Davi, Moisés, Pietá.
A Capela Sistina.
Trabalhos que ainda hoje inspiram milhões de pessoas.
Rafael (1483-1520). Sua maior obra era de cunho cristão. Fez cerca de 300 representações de Maria.
Leonardo da Vinci (1452-1519)
Pinturas: A Última Ceia, São João Batista, Anunciação, A Madona e a Criança, A Adoração dos Magos
A arte moderna despreza a influência de temas cristãos e o que temos, muitas vezes no modernismo, são representações do “nada”.
LITERATURA
William Shakespeare (1564-1616).
Ernest Marshall Howse escreveu "Os valores espirituais em Shakespeare".
George Morrison escreveu "Cristo em Sheakespeare"
John Milton (1608-1674)
O paraíso perdido
O paraíso reconquistado
Charles Dickens (1812-1870) escreveu que “a maior história de toda a literatura era a parábola de Jesus sobre o filho pródigo”.
Ele escreveu Canção de Natal, uma parábola sobre a conversão cristã e seu último livro A vida de nosso Senhor, que escreveu para ensinar seus filhos sobre Jesus.
Temos ainda: Hans Christian Andersen, Leo Toltói, Fiódor Dostioévski, T. S. Eliot, C S Lewis, J R R Tolkien, Flanneru O’Connor entre outros.
MÚSICA
Monge Guido de Arezzo (c. 995 c. 1050): pai da moderna anotação musical.
Ele criou um dispositivo mnemônico para ensinar as notas musicais por meio de um hino conhecido, Ut quean laxis:
UT queant laxis REsonare fibris
Mire gestorum FAmuli tuorum
SOLve pollutis LAbiis reatum
Sancte Iohannes
As sílabas iniciais das palavras tornaram-se os nomes das notas: ut, re, um, fá, sol e lá.
Ainda hoje se usa esse sistema, apenas com a substituição do “ut” pelo “dó” e pelo acréscimo do “lá”.
Devido a Guido de Arezzo, o século XI foi o divisor de águas, que tornou a música ocidental diferente de todas as outras músicas do mundo.
• Com a notação musical foi possível compor
• A música passou a ser escrita e ensinada a partir de uma partitura
• Ordem, regras e lógica (teoria musical) vieram logo a pós a notação
• Possibilitou o desenvolvimento da polifonia (mais de uma melodia executada ao mesmo tempo) e da harmonia
A igreja continuou a desenvolver a música na Idade Média, com os maestros de coral da Catedral de Notre Dame em Paris (séc. XIII). As notações tornaram-se mais precisas quanto ao tom e ao ritmo.
De lá veio o moteto, início da harmonia em quatro partes – soprano, contralto, tenor e baixo e os arranjos de duas, três e até quatro partes.
PERÍODO BARROCO
Alcançou seu apogeu com Johann Sebastian Bach (1685-1750) e George Frideric Handel (1685-1759)
Um sacerdote católico, Antônio Vivaldi (c. 1680-1741) era o mestre do barroco italiano.
Bach era cristão em sua essência, luterano ortodoxo.
Em seus manuscritos são observadas anotações em “desacordo”, letras fora do contexto, como “S.D.G.” (Soli Deo Gloria) e “J.J. (Jesu Juban – “Ajude-me Jesus”), “I.N.J. (In Nomine Jesu – “Em nome de Jesus”).
Bach criou a escala “bem afinada”, que de qualquer ponto do piano ou órgão, a partir de qualquer nota, podia-se começar uma escala.
Um crítico escreveu: “Bach é para a música o que Shakespeare é para a literatura”. Ambos foram cristãos.
NO CINEMA
Alguns dos maiores clássicos do cinema tiveram temas ou personagens cristãos:
Ben-Hur (que ganhou mais Orcars que qualquer outros filme na história)
A felicidade não se compra
Sindicato dos ladrões
A noviça rebelde
O homem que não vendeu sua alma
Carruagens de fogo
A paixão de Cristo.
Pense nisso.
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terça-feira, 18 de outubro de 2011
Ambiente nocivo
Há ambientes que nos fazem mal. Há locais de trabalho cuja atmosfera é pesada, cheia de rivalidades. Há vizinhança que nos fazem mal; moradores desequilibrados, famílias desestruturadas, mal educadas e pirracentas.
Mas há pouco descobri também haver igrejas nocivas, igrejas cujo ambiente faz mal, adoece em vez de curar, faz-nos pecar em vez de promover a santidade.
Sei de um irmão que no domingo a noite foi com sua família ao culto, como de costume, para alimentar a sua alma, ouvir a Palavra e adorar àquele que o salvou. Ele cantou os hinos, louvou animadamente, adorou ao Senhor e criou expectativa de ouvir na mensagem uma palavra que nutrisse a sua alma, que desafiasse o seu espírito a alinhar-se à vontade de Deus.
No que dependeu dele, as coisas seguiram como esperado, mas na hora da mensagem a decepção não foi pequena. A pessoa convidada para trazer a palavra sequer leu a Bíblia, seguindo um roteiro de autoajuda tal qual esses palestrantes motovacionais que as empresas contratam para energizar suas equipes de profissionais de vendas. Vez ou outra uma citação da Bíblia, nada que esses palestrantes também não estejam familiarizados.
O irmão seguiu firme acreditando que em meio a verborragia, mesmo assim, o Senhor poderia falar. Até que no final da longa palestra, mais de uma hora depois do inicio, o golpe fatal. Novamente o velho jargão do "deus revelou que tantas pessoas aqui darão...". Você já deve ter ouvido isso.
O que você faria? Há muitas pessoas que toleram, outras saem para voltar em outro culto, alguns ficam, mesmo resmungando e, claro, há aqueles que acreditam, e apostam na revelação.
O que fazer quando o culto é transformado em uma consulta financeira? Se o pregador opta por tornar-se personal consulting em finanças, vale a pela segui-lo? O que fazer quando o templo é transformado em consultoria de negócios, em assessoria para quem só quer prosperar mas não quer mudar de vida? O que o irmão deve fazer se o ambiente da igreja o levar a pecar com as observações que faz em vez de levá-lo a sair do culto com espírito consolado?
Cada pessoa terá uma reação diferente diante de uma situação como essa. Há quem tenha mais "estômago" e suporte melhor; outros esgotam-se e perdem a paciência. Mas em todos os casos é triste saber que pessoas que vão à igreja para ouvir a Palavra de Deus sejam obrigadas a suportar um discurso pobre, de gente gananciosa que não entende nem do que fala (como disse o apóstolo Paulo).
O irmão em questão disse que não voltaria mais àquela igreja. E ele tem razão. Faz mal freqüentar ambientes nocivos, tanto à saúde espiritual quando física.
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Mas há pouco descobri também haver igrejas nocivas, igrejas cujo ambiente faz mal, adoece em vez de curar, faz-nos pecar em vez de promover a santidade.
Sei de um irmão que no domingo a noite foi com sua família ao culto, como de costume, para alimentar a sua alma, ouvir a Palavra e adorar àquele que o salvou. Ele cantou os hinos, louvou animadamente, adorou ao Senhor e criou expectativa de ouvir na mensagem uma palavra que nutrisse a sua alma, que desafiasse o seu espírito a alinhar-se à vontade de Deus.
No que dependeu dele, as coisas seguiram como esperado, mas na hora da mensagem a decepção não foi pequena. A pessoa convidada para trazer a palavra sequer leu a Bíblia, seguindo um roteiro de autoajuda tal qual esses palestrantes motovacionais que as empresas contratam para energizar suas equipes de profissionais de vendas. Vez ou outra uma citação da Bíblia, nada que esses palestrantes também não estejam familiarizados.
O irmão seguiu firme acreditando que em meio a verborragia, mesmo assim, o Senhor poderia falar. Até que no final da longa palestra, mais de uma hora depois do inicio, o golpe fatal. Novamente o velho jargão do "deus revelou que tantas pessoas aqui darão...". Você já deve ter ouvido isso.
O que você faria? Há muitas pessoas que toleram, outras saem para voltar em outro culto, alguns ficam, mesmo resmungando e, claro, há aqueles que acreditam, e apostam na revelação.
O que fazer quando o culto é transformado em uma consulta financeira? Se o pregador opta por tornar-se personal consulting em finanças, vale a pela segui-lo? O que fazer quando o templo é transformado em consultoria de negócios, em assessoria para quem só quer prosperar mas não quer mudar de vida? O que o irmão deve fazer se o ambiente da igreja o levar a pecar com as observações que faz em vez de levá-lo a sair do culto com espírito consolado?
Cada pessoa terá uma reação diferente diante de uma situação como essa. Há quem tenha mais "estômago" e suporte melhor; outros esgotam-se e perdem a paciência. Mas em todos os casos é triste saber que pessoas que vão à igreja para ouvir a Palavra de Deus sejam obrigadas a suportar um discurso pobre, de gente gananciosa que não entende nem do que fala (como disse o apóstolo Paulo).
O irmão em questão disse que não voltaria mais àquela igreja. E ele tem razão. Faz mal freqüentar ambientes nocivos, tanto à saúde espiritual quando física.
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segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Epicureus da fé
Epicuro, um filósofo rico que viveu na Grécia quatro séculos antes de Cristo, ensinava a seus seguidores que buscassem o prazer acima de tudo. Epicuro dizia a seus seguidores: “Tenha tudo o que se pode ter e goze tudo o que se pode gozar”. Esse é o pensamento hedonista que prevalece – ao menos até antes da bolha econômica de 2008 – em países como os Estados Unidos.
Depois de Epicuro, Diógenes, homem pobre que dormia num barril no mercado de Atenas, foi questionado sobre a felicidade. Sua resposta foi: “A felicidade consiste em não ter nada que o mundo possa nos tirar e não desejar nada que o mundo não possa nos dar”. Se temos algo que o mundo possa tirar ou desejamos algo que não podemos alcançar então a nossa felicidade estará comprometida quando perdermos o que temos ou não conseguimos o que desejamos. Assim, disse Diógenes, a felicidade está no não-ter.
Nisto algumas igrejas evangélicas, inflamadas por “oradores” tipo consultores de moda ou assessores financeiros que usam púlpitos como balcão de serviços, voltaram no tempo até quatro séculos antes de Cristo! O pensamento cristão, a vida cristã e a prática cristã evaporaram-se em função de uma mentalidade que remonta a Epicuro.
Que retrocesso impressionante! E que infelicidade também, pois estimulam cristãos a desejarem algo que Deus não prometeu a todos e que certamente muitos não conseguirão. A felicidade que desejam é comprada no mercado da fé, do mesmo modo como um umbandista faz trabalho para trazer o amor distante ou o kardecista se comporta bem para não reencarnar como um verme.
Se ao menos esses “oradores” fossem um pouco além na sua filosofia, teriam conhecido Zenon, outro filósofo que sucedeu a Diógenes na escola do pensamento grego. Zenon, mestre dos que são conhecidos como estóicos (do gregos stoikós, reuniam-se na stoah, parte coberta do mercado de Atenas) ensinava que a felicidade não estava nem no ter nem no não-ter, mas a felicidade estava no ser. A felicidade está no comportamento do homem frente ao objeto que tem ou frente àquilo do qual está privado, aquilo que não tem. Nisto consiste a felicidade, que no pensamento de Zenon passa do objeto para o indivíduo e seu modo de enxergar a situação e vivê-la em sua circunstância adequada.
Zenon, neste ponto, aproxima-se mais de Jesus que os próprios pregadores que estimulam o consumismo igrejeiro. O próprio João Batista dizia simplesmente ser uma voz, enquanto Jesus foi perseguido por igualar-se a Yahweh quando de suas afirmações Eu Sou. Jesus não declarava: “Eu tenho uma casa ou um palácio”, mas simplesmente “Eu sou a porta”. Também não o ouvimos dizendo “Eu tenho a cura”, antes, “Eu sou a ressurreição e a vida”. E por aí vai.
É lamentável que em alguns de seus setores a Igreja ainda esteja vivendo uma era primitiva, anterior ao próprio pensamento que a gerou, e com milhares de seguidores. O que consola é que isso ocorre só em alguns setores, não nela toda. Viva Zenon!
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Depois de Epicuro, Diógenes, homem pobre que dormia num barril no mercado de Atenas, foi questionado sobre a felicidade. Sua resposta foi: “A felicidade consiste em não ter nada que o mundo possa nos tirar e não desejar nada que o mundo não possa nos dar”. Se temos algo que o mundo possa tirar ou desejamos algo que não podemos alcançar então a nossa felicidade estará comprometida quando perdermos o que temos ou não conseguimos o que desejamos. Assim, disse Diógenes, a felicidade está no não-ter.
Nisto algumas igrejas evangélicas, inflamadas por “oradores” tipo consultores de moda ou assessores financeiros que usam púlpitos como balcão de serviços, voltaram no tempo até quatro séculos antes de Cristo! O pensamento cristão, a vida cristã e a prática cristã evaporaram-se em função de uma mentalidade que remonta a Epicuro.
Que retrocesso impressionante! E que infelicidade também, pois estimulam cristãos a desejarem algo que Deus não prometeu a todos e que certamente muitos não conseguirão. A felicidade que desejam é comprada no mercado da fé, do mesmo modo como um umbandista faz trabalho para trazer o amor distante ou o kardecista se comporta bem para não reencarnar como um verme.
Se ao menos esses “oradores” fossem um pouco além na sua filosofia, teriam conhecido Zenon, outro filósofo que sucedeu a Diógenes na escola do pensamento grego. Zenon, mestre dos que são conhecidos como estóicos (do gregos stoikós, reuniam-se na stoah, parte coberta do mercado de Atenas) ensinava que a felicidade não estava nem no ter nem no não-ter, mas a felicidade estava no ser. A felicidade está no comportamento do homem frente ao objeto que tem ou frente àquilo do qual está privado, aquilo que não tem. Nisto consiste a felicidade, que no pensamento de Zenon passa do objeto para o indivíduo e seu modo de enxergar a situação e vivê-la em sua circunstância adequada.
Zenon, neste ponto, aproxima-se mais de Jesus que os próprios pregadores que estimulam o consumismo igrejeiro. O próprio João Batista dizia simplesmente ser uma voz, enquanto Jesus foi perseguido por igualar-se a Yahweh quando de suas afirmações Eu Sou. Jesus não declarava: “Eu tenho uma casa ou um palácio”, mas simplesmente “Eu sou a porta”. Também não o ouvimos dizendo “Eu tenho a cura”, antes, “Eu sou a ressurreição e a vida”. E por aí vai.
É lamentável que em alguns de seus setores a Igreja ainda esteja vivendo uma era primitiva, anterior ao próprio pensamento que a gerou, e com milhares de seguidores. O que consola é que isso ocorre só em alguns setores, não nela toda. Viva Zenon!
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