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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Uma perspectiva que você deve considerar

Imagine as seguintes situações.

Situação 1. Você está em um incêndio. O bombeiro consegue chegar até o local para resgatá-lo e ele dá orientações básicas para você sair do prédio sem sofrer queimaduras. Você seguiria as instruções? Sim ou não?

Situação 2. Seu médico diz que você tem uma doença comum, mas ela é fatal; se não tratar terá morte na certa. Ele receita o tratamento, que tem cobertura do Governo e não terá custo, mas você precisa readequar seus hábitos alimentares e padrão de vida. Você faria o tratamento? Sim ou não?

As perguntas que fiz são retóricas. A resposta para cada uma delas é o “sim”.

O Cristianismo tem sido esvaziado do seu papel principal, que é apresentar a Jesus Cristo como aquele que dá a orientação ao paciente para que este decida ou não pelo tratamento. Jesus mesmo usou a metáfora do médico que veio para salvar doentes, e não os sadios: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.” (Mt 9.12)

Estamos todos doentes, individualmente, coletivamente. As pessoas estão doentes, os grupos estão doentes, as estruturas e instituições que formamos estão corrompidas. Os processos e mecanismos sociais se decompõem no vício.

Quanto a Jesus, o que ele fez, sabemos: morreu na cruz para trazer salvação e deixou o Evangelho, a Boa Nova. Qual o papel do Salvador? Salvar. E para isso dá orientações básicas, receita o tratamento. O que ele quer com isso? Salvar, salvar a nós – diga-se de passagem. Nós é quem estamos sob risco, no ambiente em chamas, e doentes, com os dias contatos. Não ele.

E o que decorre disso? Decorre que tudo o que as Escrituras dizem, dizem para o nosso bem: “Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade.” (Hb 12.10; ênfase acrescentada). A Bíblia traz o receituário de Deus para o homem e este pode ou não seguir suas instruções, simplesmente. Seguindo-o, a salvação virá, primeiro individualmente. Depois na coletividade, com grupos melhores, com instituições melhores, com uma sociedade melhor. Não estou, com isso, dizendo que Jesus é marxista; o foco é o homem, mas há desdobramentos.

A salvação também não virá pelo que fizermos, pois ela já existe e está disponível. Aceitar os pressupostos dessa salvação é a atitude esperada. O caminho para sair seguro do ambiente em chamas existe e quem o seguir as orientações viverá. Assim, a salvação não vem pelo esforço, mas pela mudança no rumo, no acerto do caminho já existente, no ajuste dos procedimentos para a manutenção da vida. O caminho foi criado, preciso percorrê-lo. O procedimento foi estabelecido, preciso adotá-lo.

Portanto, se a Bíblia descreve o papel de Jesus como Senhor e Salvador, cabe a nós a percepção dessa verdade e uma mudança para o nosso próprio benefício. A Deus nada muda se rejeitarmos a sua oferta de Salvação. A nós, entretanto, faz toda a diferença, a propósito, uma vida inteira de diferença.

Siga-me no Twitter: @magnopaganelli


Um comentário:

  1. Poucos sao os pastores responsaveis por um rebanho que tem essa visao. Costumo falar para a minha esposa um exemplo bem simples: estao colocando a carroca na frente do boi. A busca do milagre na frente da simples adoracao e culto a Deus. Ir em alguns cultos e a mesma coisa que ir a um fast food, tem de tudo pra todos os gostos. Me lembrei de Oseas: o povo e destruido pela falta de conhecimento.

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