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terça-feira, 19 de junho de 2012

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. (2Timóteo 2.15)

Você tem certeza do seu chamado no Corpo de Cristo?
Seus obreiros estão na posição certa dentro do ministério?
Como você foi treinado para servir na obra de Deus?

Da mesma forma que o corpo humano é integrado por diversos membros e cada um possui a sua própria função, a Igreja – o Corpo de Cristo – também é composta por membros que diferem uns dos outros nas suas atividades.

Há quase duas décadas trabalhando com irmãos e obreiros que querem servir ao Senhor, o Pr. Magno Paganelli tem identificado a falta de orientação que muitos cristãos sofrem quanto à função que devem exercer no Corpo de Cristo. Isto o tem levado a dar cursos, palestras e a escrever sobre o assunto.

Foi assim que nasceram alguns de seus livros, como Qual a Sua Função no Corpo de Cristo. A obra deu origem ao curso que você tem em mãos e também a alguns cursos produzidos por igrejas locais. Além disso, o seu conteúdo foi adotado por faculdades e seminários teológicos de renome, como o Seminário Teológico do Sul do Brasil e Faculdade Betesda.

Neste curso, o participante irá identificar os talentos que possui, será desafiado a descobrir e desenvolver sua vocação ministerial, a identificar quais são os seus dons espirituais e ministeriais. Por meio de exercícios e testes práticos desenvolvidos por uma equipe ministerial experiente, será auxiliado a encontrar o foco do serviço que o Senhor espera para uma atuação frutífera no Corpo de Cristo.

Contatos: magnop@terra.com.br ou editora@arteeditorial.com.br

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A igreja de Corinto desembarcou no Brasil

"Nós somos tolos por causa de Cristo, vós, porém, sois prudentes em Cristo. Nós somos fracos, vós fortes; vós sois honrados, nós somos desprezados" (1Co 4.10).

A igreja em Corinto apresentou muitos problemas e de diversas naturezas. Problemas morais, doutrinários, éticos, de educação, de respeito, entre outros. Em sua primeira carta àquela comunidade, Paulo empenhou muito esforço na tentativa de recolocá-los nos trilhos por conta dos problemas deles, já que na segunda carta seu maior esforço foi defender sua própria autoridade como apóstolo.

O versículo acima foi escrito quando Paulo lidava com duas questões específicas. Uma, o orgulho ufanista dos coríntios. A outra, a pretensa sabedoria alegadamente possuída por eles. Os corintios orgulhavam-se de algum bem ou situação social confortável, o que fica claro na ironia de Paulo no verso 8: "Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós reinastes!"

Está claro o deboche do apóstolo, ainda mais à luz do próprio versículo 10 transcrito acima. O experiente Paulo seria tão ingênuo assim que teria sofrido os males para que somente os corintios pudessem colher os bens? Ora, isso não é cogitado, Paulo sabe que se algum bem tão valioso pudesse ser desfrutado pelos cristãos, ele seria um dos primeiros, senão o primeiro, a ter ciência e a desfrutar.

O outro problema é a alegada posse de alguma misteriosa sabedoria, algo que os coríntios passaram a crer e do qual orgulhavam, mas que não estava alinhado ao que o apóstolo ensinava. Provavelmente a igreja tinha permitido a invasão de conceitos gnósticos, sincréticos, ocultistas até. Uma alegada doutrina que Paulo também está combatendo, especialmente a partir do versículo 6, quando diz para "não ir além do que está escrito".

Não se sabe a que texto ou fonte o apóstolo está se referindo; a pesquisa recente não responde a isso. O contexto e, novamente, a ironia é que revelam o desprezo de Paulo pela suposta revelação misteriosa, "a chave espiritual" que abrira aos coríntios a porta dos mistérios espirituais. Que tolice! Paulo desdenha a tudo isso.

A situação estabelece um abismo entre os espirituais de Corinto e os missionários que trouxeram o evangelho. Eles se consideram sábios, fortes e honrados, enquanto os apóstolos são fracos e desprezados (G. Brakemeier).

Como se descolássemos a cena da Ásia Menor e a transplantássemos na América Latina, a Igreja no Brasil tem grupos que se identificam com os coríntios nos mesmos problemas. Há quem pense ter descoberto no evangelho o toque de Midas, que a tudo transforma em ouro e riquezas vindas do dono do ouro e da prata. E também temos por aqui os novos sábios, que de repente descobriram uma chave hermenêutica que invalida tudo o que foi ensinado até aqui, nos últimos dois mil anos.

Tenho comigo que o apóstolo não mudaria a sua maneira da tratar o problema, caso desembarcasse por aqui. Ele continuaria irônico, sustentaria a sua situação com as próprias limitações e não mudaria a sua mensagem. Ele já havia preparado a sua defesa, quando antecipou-se dizendo ser "servidor e mordomo dos mistérios de Deus" (v. 1), indicando que "o que se requer dos mordomos é que seja encontrado fiel" (v. 2), já que "o Senhor trará à luz as coisas ocultas e revelará os desígnios dos corações" (v. 5).

Aí, então, será visto quais são os tesouros legítimos e a verdadeira sabedoria vinda de Deus.

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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Nosso templo, nosso orgulho, nossa ruína

"E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje" (Mt 11.23, ARC).

Cafarnaum era um pequena, porém, próspera cidade praticamente às margens do Mar da Galileia. Era uma cidade geograficamente estratégica pela proximidade com uma fonte assim, tão vasta em água, e por estar na chamada rota do incenso, produto manipulado no sul pelos árabes e comercializado no norte, na atual região da Síria.

A sinagoga de Cafarnaum era o marco da prosperidade local. Dois indicadores apontam para isso. O primeiro era o material do qual era feita a sinagoga. Ao contrário da pedra escura, quase preta, das casas da cidade, a sinagoga de Cafarnaum fora edificada de uma pedra clara (vide foto acima), seguramente importada por seus habitantes, importação financiada por ilustres moradores orgulhosos de suas doações.

O segundo indicador é a posição na qual a sinagoga se situava em relação às demais edificações locais. O ponto mais alto das moradias de Cafarnaum atingia no máximo a altura do piso da sinagoga, ou seja, como sede religiosa a sinagoga se destacava e se impunha na paisagem local, informando a presença de uma comunidade rica, supostamente abençoada e protegida por Deus e, portanto, no caminho certo e seguro de uma vida espiritual sólida. Essa é uma boa expressão do que a sinagoga transmitia: a segurança do povo de Cafarnaum que, por sinal, era o orgulho da cidade.

Jesus destacou tal segurança num de seus discursos ali, mas o fez por um viés negativo. O versículo que citei acima, "Cafarnaum... que te ergues até aos céus", aponta para a grandiosidade da sinagoga, como também o seu luxo. A confiança depositada numa instituição, mais que isso, numa edificação (um prédio), para nada serve; ainda hoje é assim. E como temos repetido esse erro apegando-nos e recorrendo aos mesmos expedientes? As igrejas evangélicas nos últimos anos redescobriram o caminho e a receita da suntuosidade estética da religião e não têm medido esforços para registrarem seu poderio por meio de suntuosos edifícios, até mesmo copiando o expediente usado em Cafarnaum de importar pedras (como a história se repete!). A parte inicial da zona leste em São Paulo que o diga! Parece que esse compromisso com a aparência é um vírus difícil de vencer, ao menos em alguns grupos cristãos que contabilizam boa arrecadação.

Por outro lado, a palavra dada por Jesus orienta-nos que nada mudou: a confiança na aparência, na estética, na suntuosidade não levará o homem até aos céus, como já pensavam os construtures de Babel, outra edificação que representou o orgulho e igualmente arruinou o gênero humano. Edificar em nós uma casa para o Senhor é a proposta mais segura para uma vida cristã. O menor sinal de confiança no mais discreto sinal da grandeza de Deus pode gerar efeito mais positivo no âmbito espiritual. E como tem sido difícil aprender isso!

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