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quarta-feira, 4 de abril de 2012

“O estrume de Paulo” ou “A próxima Igreja”

Há muitos cristãos insatisfeitos com tudo, igreja, pastores, doutrinas, instituições, hipocrisia, frieza espiritual. Não é caso novo, quem lê a Bíblia e conhece o mínimo de história do Cristianismo o sabe. E hoje li um artigo, autor conhecido, despindo sua espiritualidade de tudo o que julgou e listou estar errado. E admito com ele: há mesmo uma situação complexa; não vê quem não quer.

A Igreja de hoje convive com situações esquisitíssimas, dentro e fora de si. Umas são novas (neopentecostalismo e nominalismo evangélico), outras apenas mudaram de roupa, como o liberalismo teológico, a crescente perseguição do Estado e de grupos específicos da sociedade. São situações que os cristãos brasileiros só viram nos livros de história, aqueles que viram livros – evidentemente.

Solução? Sempre teve solução para o povo da fé em Deus. Tomemos Paulo e o judaísmo que ele descobriu obsoleto. O que fez quando identificou a insuficiência do judaísmo? Avançou. E deixou rastro. Após exaltar a sublimidade do conhecimento de Cristo em relação à antiga religião disse que considerava as coisas passadas como “esterco”. Quem trabalhou na roça, caso de alguns dos leitores do apóstolo, sabe que esterco não é lixo. Esterco é adubo, fertilizante que dá mais vigor à plantação.

Somente o conhecimento antigo poderia dar suporte e fundamento ao novo. Se Paulo não compreendesse o judaísmo como compreendia, nada de novo faria sentido. Pense em alguém com capacidade equivalente para escrever a carta aos Romanos? Não havia além dele. Mas ainda no texto da carta, Paulo revela que:

“Não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. (Fp 3.13,14)

Avanço não é recomeço. Não há Igreja a ser jogada fora, desprezada, escarnecida. À medida que amadurecemos precisamos apoiar e incentivar outros a mesma experiência, ajudá-los a avançar como nós. Um capítulo antes o mesmo Paulo disse:

“... pois todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo.” (Fp 2.21)

E antes ainda:

“Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.” (Fp 2.3)

A Igreja de hoje chegou aqui porque avançou muitas vezes em conjunto. E ela avançará, arrolando aqueles que a compõem. O organismo espiritual ao qual chamamos “Igreja” tem uma promessa de nunca ser desfeita ou vencida (Mt 16.18). A Igreja é isso aí, com ou sem problemas. Como despir-se dela ou abandoná-la na esperança de uma nova igreja?

A nova igreja de Cristo não existe; existe a nova igreja do anticristo. A nova espiritualidade não existe; existe uma compreensão adequada da espiritualidade que sempre esteve nas Escrituras. Também não existe “uma nova teologia para o século 21”. Existe a teologia bíblica ou uma sociologia arrogante de pensamento teológico; ou uma psicologia travestida de teologia ou uma antropologia disfarçada que procura humanizar o divino.

Nada novo para quem lê a Bíblia ou conhece o mínimo de história do Cristianismo.

Siga-me no Twitter: @magnopaganelli

3 comentários:

  1. Permita-me humildemente concordar com o irmão. Creio que o texto narra com muita propriedade tudo que vivenciamos. Destaco o comentário do irmão sobre o fato de que não há novidade ou surpresa em nada do que ocorre hoje dentro e fora das igrejas.
    Fique na Paz do Senhor,
    Washington

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  2. Nem acredito! Postei hoje no meu blog um texto que está envolvido neste assunto, exatamente com base na teologia de Paulo. Coisas do Espírito, meu irmão. Se tiver oportunidade leia-o. Um abração.

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  3. MANDOU BEM... EU QUERO SOMENTE DEUS!!!!!!!

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