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quarta-feira, 1 de junho de 2011

O que você crê determina o que você faz

Quando o profeta Jonas foi descoberto dormindo no navio que ia para Tarsis, os homens fizeram-lhe cinco perguntas específicas, as quais Jonas respondeu com duas respostas genéricas: “Sou hebreu” (perspectiva étnica) e “adorador do Senhor” (perspectiva espiritual).


As respostas deveriam ser: 1. eu sou o responsável pela tragédia porque 2. sou profeta, 3. palestino de 4. Israel 5. da família de Amitai.

Jonas contou a história a eles, que o consideraram até certo ponto inocente. Ele deu a entender que o culpado de tudo era Deus, pois este queria matá-lo. Essa era a compreensão de Jonas sobre a missão de pregar em Nínive, como também era a sua compreensão da exigência divina de lançá-lo no mar como sacrifício de apaziguamento da divindade. Deus provoca os desequilíbrios, não as nossas decisões. Era assim que ele pensava.

Diante disso, vejo que entender e interpretar mal a vontade de Deus para nós gera crise e deformidade em nossa própria identidade. Precisamos entender o que Deus quer de nós e o que Deus quer fazer em nós para, assim, trabalharmos na construção de uma identidade adequada à imagem e semelhança Dele. Dessa forma, o que cremos interfere no que somos e no que fazemos: “Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras”. (Tg 2.18)

O que Deus quer de nós? Obediência pela fé. Obediência cega pela fé cega? Não, obediência compartilhada e fé inteligente. “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1Pe 3.15) Ou seja, eu espero porque tenho evidências que sustentam minha fé e minha esperança.

Quando Jesus chamou os primeiros discípulos (Mt 4; Lc 4) ele já era conhecido na Galiléia e Cafarnaum, por isso todos “deixaram suas redes e logo o seguiram”. Não tomaram uma decisão às cegas, antes, decidiram-se por seguir alguém de quem já tinham conhecimento prévio e seguro.

Quando Tomé teve dificuldades para amparar sua fé no Salvador ressurreto, Jesus deu-lhe provas tangíveis que lhe deram segurança. Jesus não despediu Tomé nem desafiou seus primeiros discípulos. Antes, cercou-os com informações fundamentais para que pudessem compreender corretamente a vontade de Deus e formar neles uma nova identidade.

A vontade de Deus é boa, agradável e perfeita.

Quando Saulo foi derrubado na estrada para Damasco ele caiu no chão já sabendo quem o derrubara: “Quem és tu, Senhor”? Saulo conhece a identidade daquele que quer tratar com ele e põe-se no devido lugar – ou é colocado pelo Senhor no lugar devido.

Vemos, então, que Jonas imaginou/supôs que o Senhor queria pôr fim à sua vida quando o Senhor queria dar vida aos ninivitas. Compreensão errada da vontade de Deus deforma a nossa própria identidade e o desenrolar do nosso chamado.

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