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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Liderança do Reino de Deus no Novo Testamento

“Podemos considerar a unidade em diversidade quanto à forma do reino de Deus. Desde Adão até Abraão, Deus dirigiu os interesses da nossa raça, sem qualquer organização visível de uma igreja distinta e separada do mundo em geral. Desde Abraão até Moisés, a igreja de Deus, empregando este termo em sentido geral, existiu sob a forma patriarcal. Com o começo da dispensação mosaica ela foi transformada num Estado, cujo chefe supremo e legislador era Deus, enquanto os magistrados ocupavam debaixo dele todos os cargos civis e até traziam a espada. Quando Cristo veio, ele separou a igreja do Estado, dando à Igreja a sua organização atual com o caráter espiritual e universal. Em toda esta diversidade de forma exterior reconhecemos o desenvolvimento de grande e harmonioso plano.” (E. P. Barrows)


Em Lutero, que seguiu grupos pré-reformistas desde o século nono, encontramos o reflorescimento do “sacerdócio universal de todos os crentes”. Que as partes compõem o todo, não é novidade. O destaque é que a igreja difere dos formatos anteriores no modo como levanta os líderes. Em todo o Antigo Testamento, só alguns poucos recebiam o Espírito Santo quando eram comissionados por Deus no exercício de alguma função ou atividade (sacerdotes, reis, profetas, artífices, músicos). Já no Novo Testamento, o Espírito é dado a todo o povo (Jl 2.28), sem distinção nem medida, e com o Espírito vêm os dons para o exercício do ministério (1Co 12.4-6). Cristo é o cabeça e ninguém contesta isso. O Senhor mantém-se no poder sobre o seu povo (1Co 12.11) e distribui dons para a manutenção do próprio Corpo: “...com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado” (Ef 4.7-12). Este último texto fala que a uns cabe preparar os outros para servirem no ministério. É um trabalho coletivo, de caráter complementar, e nunca foi (ao menos no sentido bíblico) de separação entre “nós e eles”, “nós ungidos e eles o povo”. Ao contrário, em 1Corintios 1.21,22 Paulo diz que todos temos a unção.

Portanto, o “chegar lá”, o destacar-se ou não no meio da multidão não é tarefa humana, individual, nem ao menos depende – do ponto de vista bíblico – da porta que alguém abre ou do carisma e da influência de uns sobre outros; quem abre e fecha portas é o Senhor: “... é Deus quem efetua tudo em todos” (1Co 12.6; Ap 3.7). Falando sobre o serviço na Igreja, Paulo diz: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento (1Co 3.6,7). Os grandes Impérios do passado que o digam. E que a história continue ensinando àqueles que podem e querem aprender com ela.

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