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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um discipulado para o novo século e para o velho homem

Tem um tempo que alguns autores cristãos começaram a propor que algumas traduções do texto da Grande Comissão (Mt 28.19) não é exato, não expressa plenamente o sentido pretendido por Jesus. O “ide” transmite a ideia que alguns são chamados para irem (para bem longe) enquanto a maioria fica e, nalguns casos, nada faz para a propagação do Evangelho. Assim, em texto grego no particípio passivo Jesus teria dito “Indo, façam discípulos em todas as etnias, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei” (Mt 28.19,20). É fato que muitos têm sido batizados, mas poucos têm ido e menos ainda são os que são ensinados.


O comissionamento, visto dessa forma, passa para a responsabilidade de todos, não apenas de missionários no sentido estrito da palavra. Indo... para o seu trabalho. Indo... para a faculdade. Indo... para o mercado. Indo... para a reunião com amigos. Indo... falar com o visinho. Indo... ao banco. Indo teclar... façam discípulos, ensine-os.

Faz mais sentido e concorda com o sacerdócio universal de todos os crentes que Pedro, um legítimo discípulo, ensina (1Pe 2.5,9) e foi tão reforçado por Lutero: “Cada crente um sacerdote”.

O legítimo cristianismo é uma relação pessoal com Cristo, não uma solenidade, uma liturgia ou a apreensão de uma confissão de fé; assim, indo expressa naturalmente a nossa vocação e relação com o Senhor. Eu vou com Ele para todos os lugares e não saio da Sua presença quando ausento-me do templo. Que outro modo há para mostrar que sou Seu discípulo?

O discipulado tem sido considerado por muitas igrejas e pastores como peça de museu. Mas o discipulado no estilo indo façam discípulos é sem dúvidas o mais adequado ao pensamento pós-moderno vigente, pois dá testemunho da realidade daquilo que Cristo é – em nós! – pois ele habita cada cristão por meio do Espírito Santo, que aglutina a todos os discípulos num só corpo: a Igreja invisível. O cristão que vai indo (perdoe a redundância) mostra em seus passos o que Jesus está fazendo naquele que crê e o que pode fazer por qualquer um que creia e queira ser discípulo também.

O discipulado no melhor estilo indo é o mais rápido, o que mais cedo prepara missionários-discípulos, pois evita a desculpa de ter que “preparar-se melhor”, ter que “fazer um curso específico”, “aposentar-se para ter tempo”, “aprender o idioma ou a cultura daquele povo” etc. Ou você é discípulo agora ou não é e se é, já pode ir fazer discípulos, ensinando-os! “Aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou” (1Jo 2.6). Não há o que esperar: discípulo de Jesus, gente que segue a Jesus, que se parece com Ele, deve andar como ele andou, fazendo discípulos e ensinando-os.

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